Criada comissão permanente para assegurar financiamento da Santa Sé

O Papa instituiu uma nova comissão permanente para assegurar o financiamento da Santa Sé [Commissio de donationibus pro Sancta Sede], que vai promover recolhas de donativos entre instituições católicas e “outros potenciais benfeitores”.

“A fim de favorecer o serviço da Sé Apostólica e tendo em conta a atual situação económica, depois de consultar os organismos competentes estabeleço a ‘Commissio de donationibus pro Sancta Sede’, uma comissão permanente dedicada à recolha de donativos e ofertas para a Sé Apostólica”, justifica Francisco, num quirógrafo (documento pontifício) com data de 11 de fevereiro e publicado hoje pela Santa Sé.

O Vaticano precisa, em comunicado enviado aos jornalistas, que o novo organismo tem como missão específica “encorajar os donativos com campanhas especiais entre os fiéis, as Conferências Episcopais e outros potenciais benfeitores, sublinhando a sua importância para a Missão e para as obras de caridade da Sé Apostólica”.

Francisco determina ainda que a comissão vai ainda “angariar fundos de doadores voluntários para projetos específicos apresentados pelas Instituições da Cúria Romana e do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano”.

“O vínculo de unidade e caridade (vinculumunitatis et caritatis) entre as Igrejas particulares e a Igreja universal distingue a Igreja de Cristo em todos os âmbitos da sua ação evangelizadora. Em virtude deste vínculo, as Igrejas particulares ajudam a obter os meios necessários para que a Sé Apostólica, como garante da unidade, possa prestar corretamente o seu serviço à Igreja universal”, indica o Papa.

A Comissão para Donativos à Santa Sé tem um estatuto próprio, aprovado experimentalmente para os próximos três anos, com “força plena e estável”.

O novo organismo recebe, inicialmente, 300 mil euros da Administração do Património da Sé Apostólica (APSA) e do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, para responder às suas necessidades.

O Papa nomeia como presidente monsenhhor Roberto Campisi, conselheiro para os Assuntos Gerais da Secretaria de Estado do Vaticano.

O organismo tem como membros D. Flavio Pace, secretário do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos; a irmã Alessandra Smerilli, secretária do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral; a irmã Silvana Piro, subsecretária da APSA; Giuseppe Puglisi-Alibrandi, um dos novos secretários-gerais do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano.

A 21 de novembro do último ano, o Papa escreveu aos responsáveis da Cúria Romana e das instituições ligadas à Santa Sé, anunciando mudanças na gestão do no Fundo de Pensões do Vaticano, perante um “défice significativo” e “problemas graves”.

A 16 de setembro, Francisco tinha escrito outra carta, aos membros do Colégio Cardinalício, apresentando “o conceito de défice zero como um dos principais objetivos a perseguir com determinação para garantir a sustentabilidade económica” da Santa Sé.

O documento apelou a um “esforço suplementar” na reforma económica, particularmente na “redução de custos”.

Em fevereiro de 2014, o Papa criou a Secretaria para a Economia como uma estrutura de coordenação para as estruturas e as atividades administrativas e financeiras dos Dicastérios da Cúria Romana, das instituições ligadas à Santa Sé e do Estado da Cidade do Vaticano.

A nova constituição da Cúria Romana, publicada a 19 de março de 2022, determina que a Secretaria para a Economia “desempenha a função de Secretaria papal para as matérias económicas e financeiras”.

O organismo “exerce o controlo e vigilância em matéria administrativa, económica e financeira sobre as Instituições curiais, os Departamentos e as Instituições ligadas à Santa Sé ou que lhe fazem referência”.

Entre os outros organismos económicos da Cúria Romana estão o Conselho para a Economia, a APSA, o Departamento do auditor-geral, a Comissão de Matérias Reservadas e o Comité para os Investimentos.

Fonte: Agência Ecclesia

 

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