“Não há grito que Deus não ouça” – Papa

Foto: Vatican Media
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O Papa disse nesta quarta, 11, no Vaticano, que “não há grito que Deus não ouça”, sublinhando a importância da oração e da mudança interior para superar os problemas da vida.

“Não há grito que Deus não ouça, mesmo quando não nos apercebemos de que nos dirigimos a Ele. Parece estranho que, perante um cego, Jesus não vá imediatamente ao seu encontro; mas, se pensarmos bem, é o caminho para reativar a vida de Bartimeu: impele-o a levantar-se, confia na sua capacidade de caminhar”, referiu, na catequese semanal, hoje dedicado a uma passagem do Evangelho segundo São Marcos, em que Cristo cura um cego de nascença.

Leão XIV explicou aos milhares de peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, para a audiência geral, que este episódio mostra um “aspeto essencial da vida de Jesus”, as suas curas.

“Convido-vos a colocar diante do Coração de Cristo as vossas áreas mais dolorosas ou frágeis, aqueles lugares da vossa vida onde vos sentis presos e bloqueados. Peçamos ao Senhor com confiança que ouça o nosso clamor e que nos cure”, apelou.

O Papa recordou que Bartimeu era um mendigo cego, que Jesus encontrou em Jericó e que gritou por Ele, pedindo que o curasse.

O que salva Bartimeu, e cada um de nós, é a fé. Jesus cura-nos para que nos tornemos livres. Ele não convida Bartimeu a segui-lo, mas diz-lhe para ir, para retomar o caminho. No entanto, Marcos conclui a história relatando que Bartimeu começou a seguir Jesus: escolheu livremente seguir aquele que é o Caminho!”

A reflexão sublinhou que, ao contrário das pessoas que caminhavam atrás de Jesus, Bartimeu estava parado, “sentado à beira da estrada”.

“O que podemos fazer quando nos encontramos numa situação que parece não ter saída? Bartimeu ensina-nos a apelar aos recursos que transportamos e que fazem parte de nós. Se realmente queres algo, fazes tudo o que puderes para o obter, mesmo quando os outros te repreendem, te humilham e te dizem para desistir. Se realmente o queres, continua a gritar”, recomendou.

O Papa convidou os participantes a superar as “aparentes seguranças” para poder transformar a sua vida.

“Muitas vezes, aquilo que vestimos para nos defendermos, na verdade, impede-nos de caminhar”, indicou.

A reflexão observou que Jesus permite a cada um “redescobrir a sua dignidade”, sublinhando que muitas pessoas “estão bloqueadas porque a vida as humilhou e só querem redescobrir o seu próprio valor”.

“Queridos irmãos e irmãs, levemos com confiança diante de Jesus as nossas doenças e as dos nossos entes queridos, levemos a dor daqueles que se sentem perdidos e sem saída”, pediu.

Leão XIV saudou os vários grupos de peregrinos presentes no Vaticano, incluindo os de língua portuguesa, como o grupo do Coro dos antigos Orfeonistas da Universidade de Coimbra.

“Peçamos com fé ao Senhor que nos cure das nossas doenças. Deus vos abençoe!”, disse.

O Papa saudou um grupo de especialistas em contabilidade, de vários países, destacando que “desempenham um papel significativo na gestão dos recursos financeiros e no apoio às empresas e aos cidadãos”.

“Encorajo-vos a realizar o vosso trabalho com integridade e responsabilidade, contribuindo para o bem-estar da sociedade e para o crescimento económico de forma ética e justa”, disse.

Dirigindo-se às irmãs da União Internacional Superior Geral, o pontífice pediu “comunidades capazes de expressar um testemunho evangélico incisivo no mundo de hoje”.

No final do encontro, Leão XIV apontou à celebração da solenidade da Santíssima Trindade, no próximo domingo.

“Desejo que a contemplação do mistério trinitário vos introduza cada vez mais no amor divino, para cumprir em todas as circunstâncias a vontade do Senhor”, concluiu.

Fonte: Agência Ecclesia

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