Os sinos da Basílica de São Pedro tocaram, e as bandeiras amarela e branca do Vaticano estão a meio mastro. O líder espiritual de mais de um bilhão de católicos faleceu nesta segunda-feira de Páscoa, 21 de abril, às 7h35, aos 88 anos de idade.
O anúncio foi assinado pelo Mestre das Celebrações Litúrgicas Pontifícias, Mons. Diego Ravelli. Até novembro de 2024, antes das mudanças introduzidas pelo Papa Francisco, estava previsto que a confirmação oficial da morte seria celebrada no quarto do falecido e, em seguida, ocorreria a primeira exposição de seus restos mortais.
Agora, porém, os restos mortais do Papa Francisco serão transferidos para a Capela de Santa Marta, onde o rito de confirmação da morte do Papa Francisco será presidido pelo Cardeal Camerlengo, Monsenhor Kevin Joseph Farrell, na presença dos familiares do Papa Francisco, bem como do Diretor da Direção de Saúde e Higiene do Estado da Cidade do Vaticano, Andrea Arcangeli, e do vice-diretor, Luigi Carbone.
Nove dias de luto
Nove dias de luto, conhecidos como novemdiales, começam para a Igreja Católica. Missas serão celebradas todos os dias nas basílicas do Vaticano e nas igrejas romanas pelo repouso da alma do Papa falecido. O cardeal Baldo Reina, vigário da diocese de Roma, presidirá uma missa de sufrágio pelo papa na noite desta segunda-feira, às 19h, na Basílica de São João de Latrão, a catedral do bispo de Roma, na presença de sacerdotes, diáconos e fiéis. Do outro lado do rio Tibre, no Vaticano, o carmelengo presidirá o rito de morte e sepultamento na capela da residência de Santa Marta, onde o Papa Francisco passou suas últimas horas.
De acordo com as mudanças feitas por Francisco no Ordo ExsequiarumRomaniPontificis em novembro de 2024, os três ataúdes tradicionais de cipreste, chumbo e carvalho serão substituídos por um único ataúde feito de madeira e zinco. Entre outras inovações, o corpo do pontífice em breve será exibido para a veneração dos fiéis dentro de um esquife aberto na Basílica de São Pedro, em vez de em um catafalco como seus antecessores.
A transferência do corpo do Santo Padre para a Basílica do Vaticano poderá ocorrer na manhã de quarta-feira, 23 de abril, de acordo com os procedimentos que serão estabelecidos e comunicados nesta terça-feira, no final da primeira Congregação de Cardeais, de acordo com o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni.
O sepultamento ocorrerá entre o quarto e o sexto dia, conforme indicado na Constituição Apostólica do Papa João Paulo II, UniversiDominiciGregis. A data exata será decidida pelo Colégio de Cardeais, que se reunirá diariamente em congregações gerais no Palácio Apostólico, conforme convocação do camerlengo e dos primeiros cardeais de cada ordem. A solene missa fúnebre será presidida pelo decano do Colégio Cardinalício e concelebrada pelos cardeais e patriarcas. De acordo com o ritual oficial, ela será realizada na Basílica de São Pedro, mas para Paulo VI, João Paulo I e João Paulo II, o funeral foi celebrado na praça. Após a missa, o ataúde do Papa será levado para a Basílica de Santa Maria Maggiore, o local de sepultamento escolhido por Francisco.
Cardeais a caminho de Roma
Desde o anúncio do falecimento do Papa à casa, cardeais de todo o mundo estão se dirigindo a Roma. Quando houver um número suficiente deles, as Congregações Gerais serão criadas para gerenciar os assuntos atuais, organizar o funeral e o conclave. Por outro lado, a assembleia de cardeais não pode tomar nenhuma decisão cuja validade exceda o período de vacância da Sé Apostólica. Os cardeais definem o dia e a hora para o início da votação, entre o 15º e o 20º dia após o falecimento do pontífice.
Durante esse período, as atividades da Santa Sé são suspensas e os chefes dos dicastérios são automaticamente destituídos de seus cargos. A celebração eucarística e o rito de canonização do Beato Carlo Acutis, programados para o domingo, 27 de abril, para marcar o Jubileu dos Adolescentes, foram suspensos. Os assuntos relacionados à administração da Cidade do Vaticano são tratados pelos secretários dos dicastérios. Eles são auxiliados pelas congregações particulares, compostas pelo Cardeal Kevin Farell e três cardeais, um de cada ordem, escolhidos por sorteio e renovados a cada três dias. Até a eleição do próximo pontífice, o camerlengo é responsável pela administração dos bens temporais da Santa Sé.
Fonte: Gaudium Press
