O Papa reforçou nesta quarta-feira, 19, a necessidade de um compromisso dos católicos na defesa do ambiente, evocando o “clamor dos pobres e da terra”, na linha das orientações de Francisco.
“Os filhos e filhas da Igreja podem hoje encontrar milhões de jovens e outros homens e mulheres de boa vontade que ouviram o clamor dos pobres e da terra e deixaram que os seus corações fossem tocados”, disse Leão XIV, na audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro.
Perante milhares de peregrinos, e num momento em que decorre a COP30, no Brasil, o Papa citou o seu predecessor para falar da “necessidade premente de um olhar contemplativo”, que altere a relação com a natureza.
“Essa transição, que começa no coração e é espiritual, muda a história, compromete-nos publicamente e ativa a solidariedade que, a partir de agora, protege as pessoas e as criaturas da ganância dos lobos, em nome e com a força do Cordeiro Pastor”, acrescentou.
Num ciclo de reflexões dedicado ao Jubileu da Esperança, Leão XIV falou da morte e ressurreição de Jesus como “fundamento de uma espiritualidade de ecologia integral, fora da qual as palavras da fé permanecem sem contacto com a realidade e as palavras da ciência permanecem fora do coração”.
“Por isso, falamos de uma conversão ecológica, que os cristãos não podem separar da mudança de rumo que o seguimento de Jesus lhes exige”, acrescentou.
O Papa assinalou que muitas pessoas desejam, “através de uma relação mais direta com a criação, uma nova harmonia que os conduza para além de tantas feridas”.
“Que o Espírito nos conceda a capacidade de ouvir a voz dos que não têm voz. Então veremos o que os nossos olhos ainda não conseguem ver: aquele jardim, ou Paraíso, que só podemos alcançar acolhendo e cumprindo as nossas próprias tarefas”, declarou.
No final da audiência, o Papa saudou os vários grupos presentes, incluindo os peregrinos de língua portuguesa.
“Irmãos e irmãs, se não formos guardiães do jardim da criação, acabaremos por nos tornar seus destruidores. Invoquemos o Espírito para que nos ajude a cuidar, com a mesma fé, da nossa casa comum e do nosso coração”, disse.
Leão XIV recordou a jornada de oração da próxima sexta-feira, pelos religiosos e religiosas de vida contemplativa, pedindo que não falte “a solidariedade concreta e a ajuda eficaz da comunidade eclesial para lhes garantir a sobrevivência e a continuidade do seu apostolado silencioso, fecundo e insubstituível”.
O Papa quis também lembrar os pescadores, por ocasião do Dia Mundial da Pesca, que se celebra também na sexta-feira, rezando para que “Maria, Estrela do Mar, proteja os pescadores e as suas famílias”.
A solenidade de Cristo-Rei, Jornada Mundial da Juventude 2025, que se celebra este domingo, mereceu um apelo do pontífice: “Caros jovens, coloquem Jesus no centro das vossas vidas”.
Fonte: Agência Ecclesia
