Poetas estão reunidos para celebrar os 800 anos do “Cântico das Criaturas”

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Até o dia 4 de dezembro, um grupo de poetas de renome internacional está reunido para celebrar os 800 anos do “Cântico das Criaturas” de São Francisco. Este texto continua a inspirar com sua mensagem de amor universal e respeito por todas as criaturas.

O evento, intitulado “Nel nome delCantico”, é promovido pelo Dicastério para a Cultura e a Educação da Santa Sé, em colaboração com a Comissão Nacional para a Celebração do Oitavo Centenário da Morte de São Francisco (da República Italiana), e faz parte das celebrações que culminarão no Jubileu do Pobre de Assis em 2026.

O encontro está divido em quatro momentos principais: encontro de seminário reservado apenas aos poetas, leitura pública, peregrinação a Assis e momentos de diálogo no PiùLibri, PiùLiberi (“Mais livros, mais livres”), na Nuvolaall’EUR. Durante a programação os poetas tem oportunidade de refletir sobre a poesia na promoção da paz e da fraternidade, além de partilhar obras inspiradas nos valores franciscanos. 

O prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, cardeal José Tolentino de Mendonça, que além de teólogo é também um poeta, destacou a importância da iniciativa para homenagear os 800 anos do Cântico das Criaturas de São Francisco.

Temos necessidade de poetas que possam nos ajudar a amar o mundo, a encontrar palavras de esperança, a retomar uma relação mais saudável e equilibrada com a natureza. Temos necessidade da reserva de humanidade e de visão que os poetas representam”.

O cardeal enfatizou que “os poetas são importantes e a sua relação com a Igreja e o cristianismo não é nova”. Além disso, lembrou que estamos celebrando 800 anos do Cântico das Criaturas e destacou “como aquela composição poética teve um papel seminal na espiritualidade, na visão do mundo, na experiência cristã, na relação com outras criaturas”.

Podemos dizer que realmente gerou uma nova sensibilidade. E é isso que esperamos também dos poetas do nosso tempo, que tragam sementes de novidade, de futuro, que possam falar-nos do novo, evidenciando novas possibilidades”.

Papa Francisco escreveu que os poetas podem ajudar-nos a compreender melhor Deus como “poeta da humanidade”, e o cardeal destaca com uma metáfora a capacidade dos escritores de abrir a nossa imaginação ao mistério de Deus: “Um poeta é uma espécie de antena, uma sonda para interceptar o invisível, interceptar o silêncio. E Deus fala no silêncio”.

Cântico das criaturas

“Altíssimo, onipotente, bom Senhor,
Teus são o louvor, a glória, a honra
E toda a benção.
Só a ti, Altíssimo, são devidos;
E homem algum é digno
De te mencionar.
Louvado sejas, meu Senhor,
Com todas as tuas criaturas,
Especialmente o Senhor Irmão Sol,
Que clareia o dia
E com sua luz nos alumia.
E ele é belo e radiante
Com grande esplendor:
De ti, Altíssimo é a imagem.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Lua e as Estrelas,
Que no céu formaste claras
E preciosas e belas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Vento,
Pelo ar, ou nublado
Ou sereno, e todo o tempo
Pela qual às tuas criaturas dás sustento.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pela irmã Água,
Que é mui útil e humilde
E preciosa e casta.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelo irmão Fogo
Pelo qual iluminas a noite
E ele é belo e jucundo
E vigoroso e forte.
Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a mãe Terra
Que nos sustenta e governa,
E produz frutos diversos
E coloridas flores e ervas.
Louvado sejas, meu Senhor,
Pelos que perdoam por teu amor,
E suportam enfermidades e tribulações.
Bem aventurados os que sustentam a paz,
Que por ti, Altíssimo, serão coroados.
Louvado sejas, meu Senhor,
Por nossa irmã a Morte corporal,
Da qual homem algum pode escapar.
Ai dos que morrerem em pecado mortal!
Felizes os que ela achar
Conformes á tua santíssima vontade,
Porque a morte segunda não lhes fará mal!
Louvai e bendizei a meu Senhor,
E dai-lhe graças,
E servi-o com grande humildade.”

 

Fonte:Portal A12 / Escrito por Redação A12 / Com Vatican News

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