Singapura: Francisco sublinha centralidade da dimensão humana no desenvolvimento e pede respeito pelas diferenças

Mais de 50 mil pessoas participaram no maior evento público da visita do Papa

O Papa presidiu nesta quinta, 12, a Missa no Estádio Nacional ‘SportsHub’, de Singapura, sublinhando a importância da dimensão humana no desenvolvimento do país, marcado pela diversidade étnica e religiosa.

“Nada de duradouro nasce e cresce sem amor” disse, perante as mais de 50 mil pessoas que participaram no maior evento público da visita, iniciada na tarde de quarta-feira.

Francisco realçou que, por trás de cada obra, “há tantas histórias de amor a descobrir”.

“Homens e mulheres unidos entre si numa comunidade, cidadãos dedicados ao seu país, mães e pais devotados às suas famílias, profissionais e trabalhadores de todos os tipos e graus, empenhados de forma honesta nas suas diferentes funções e tarefas”, indicou.

O Papa chegou ao Estádio Nacional num carrinho de golfe e passou entre os presentes, parando várias vezes para saudar crianças e bebés.

A intervenção destacou os avanços tecnológicos e arquitetónicos do arquipélago, sublinhando que nestas construções “não está em primeiro lugar, como muitos pensam, o dinheiro, nem a técnica, nem sequer a engenharia – sem dúvida, meios úteis – mas sim o amor”.

“Não há nenhuma obra boa que não tenha por detrás pessoas talvez geniais, fortes, ricas, criativas, mas ainda assim mulheres e homens frágeis como nós, para quem se não há amor não há vida, nem impulso, nem razões para agir, nem força para construir”, precisou.

Francisco alertou para a tentação de confiar em si mesmo para obter “riqueza, bem-estar e felicidade”.

“A vida conduz-nos, em última análise, a uma verdade: sem amor, não somos nada”, insistiu.

Singapura tem 5,6 milhões de habitantes e conta com a presença de várias religiões: o budismo é maioritário (26%) e os cristãos são 17%, mas os católicos representam pouco mais de 3% da população; São João Paulo II visitou a cidade-Estado em 1986.

O Papa citou a homilia que o seu antecessor proferiu, há 38 anos, para referir que “o amor é caracterizado por um profundo respeito por todas as pessoas, independentemente da sua raça, do seu credo religioso ou de qualquer outra coisa que as torne diferentes”.

Além do espanto perante as obras feitas pelo homem, há uma maravilha ainda maior, a ser abraçada com muito mais admiração e respeito, isto é, os irmãos e irmãs que encontramos todos os dias no nosso caminho, sem preferências nem distinções, como nos mostra a sociedade e a Igreja de Singapura, etnicamente tão diversas e, ao mesmo tempo, tão unidas e solidárias”.

A homilia evocou a figura São Francisco Xavier, que passou várias vezes por este território, a última das quais no dia 21 de julho de 1552, poucos meses antes da sua morte.Francisco pediu que os católicos se inspirem no exemplo do missionário jesuíta, num “compromisso constante a escutar e a responder prontamente aos apelos de amor e de justiça que, ainda hoje, continuam a chegar da infinita caridade de Deus”.

A celebração, em inglês, teve orações em chinês, malaio e tâmil, com uma prece especial pelas vítimas do tufão no Vietname.

O site oficial da visita apresentou um grupo de Malaca – território que esteve sob domínio português entre 1511 e 1641 -, que assume a esperança de que “o Papa Francisco possa visitar a China”.

No final da celebração, depois das palavras de agradecimento do Arcebispo de Singapura, Cardeal William Goh SengChye, Francisco regressa de carro à casa de retiros “São Francisco Xavier”, que serve de residência oficial durante esta visita.

Fonte: Ecclesia

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