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Foto: Divulgação. |
“Vinde, Espírito de Deus, e enchei os corações dos fiéis com vossos dons, acendei neles o amor com um fogo abrasador, vos pedimos, ó Senhor. E cantaremos aleluia e a nossa terra renovada ficará, se o vosso Espírito, Senhor, nos enviar. Vós unistes tantas gentes, tantas línguas diferentes, numa fé, na unidade, pra buscar sempre a verdade e servir o vosso Reino, com a mesma caridade. E cantaremos aleluia, e a nossa terra renovada ficará, se o vosso Espírito, Senhor, nos enviar”. Assim canta a Igreja durante a novena de Pentecostes. O Espírito Santo põe em nossa boca o louvor de Deus, que se expressa tantas vezes no “Aleluia”, repetido pelos cristãos para elogiar – Aleluia! – a Deus por aquilo que ele é e agradecer-lhe pelo que ele faz por todos nós! O grande fruto da Ressurreição de Cristo, o presente do Senhor, é o Espírito Santo derramado sobre a Igreja, conduzindo-a na verdade durante os séculos. É hora de meditar e preparar o coração, abrindo-nos para os efeitos da ação do Espírito Santo! Assim lemos nos Atos dos Apóstolos: “Todos eles perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres – entre elas, Maria, mãe de Jesus” (At 1,14). À recomendação de Jesus, todos se reuniam no mesmo lugar para a primeira das novenas! De fato, o Espírito vem do alto. A primeira atitude diante do Pentecostes que se aproxima é a oração. Pedimos os dons do Espírito Santo, pedimos a graça da unidade entre os cristãos, pedimos a unidade interna na Igreja. Na Ladainha do Divino Espírito Santo, as súplicas feitas pelo Povo de Deus expressam a consciência de sua presença e ação na Igreja e no mundo: “Espírito Santo, que procedeis do Pai e do Filho, vinde a nós. Divino Espírito, igual ao Pai e ao Filho, vinde a nós. A mais terna e generosa promessa do Pai, vinde a nós. Dom de Deus altíssimo, vinde a nós. Raio de luz celeste, vinde a nós. Autor de todo o bem, vinde a nós. Fonte de água viva, vinde a nós. Fogo consumidor, vinde a nós. Unção espiritual, vinde a nós. Espírito de amor e verdade, vinde a nós. Espírito de sabedoria e inteligência, vinde a nós. Espírito de conselho e fortaleza, vinde a nós. Espírito de ciência e piedade, vinde a nós. Espírito de temor do Senhor, vinde a nós. Espírito de graça e oração, vinde a nós. Espírito de paz e doçura, vinde a nós. Espírito de modéstia e pureza, vinde a nós. Espírito consolador, vinde a nós. Espírito santificador, vinde a nós. Espírito que governais a Igreja, vinde a nós. Espírito que encheis o universo, vinde a nós. Espírito de acréscimo de filhos de Deus, vinde a nós. Espírito Santo, atendei-nos. Vinde renovar a face da terra. Espírito Santo, atendei-nos. Derramai a vossa luz em nosso espírito. Espírito Santo, atendei-nos. Gravai a vossa lei no nosso coração. Espírito Santo, atendei-nos. Abrasai o nosso coração no fogo do vosso amor. Espírito Santo, atendei-nos. Abri-nos o tesouro das vossas graças. Espírito Santo, atendei-nos. Ensinai-nos como quereis que peçamos as graças. Espírito Santo, atendei-nos. Iluminai-nos pelas vossas celestes inspirações. Espírito Santo, atendei-nos. Concedei-nos a ciência que é a única necessária. Espírito Santo, atendei-nos. Formai-nos na prática do bem. Espírito Santo, atendei-nos. Dai-nos os merecimentos das vossas virtudes. Espírito Santo, atendei-nos. Fazei-nos perseverar na justiça. Espírito Santo, atendei-nos. Sede vós a recompensa eterna. Espírito Santo, atendei-nos”. Tendo pedido a ação do Espírito, esteja o nosso coração aberto para a sua ação, com a mesma consciência do salmista: “Se escondes teu rosto, desfalecem, se a respiração lhes tiras, morrem e voltam ao pó. Mandas teu espírito, são criados, e assim renovas a face da terra (Sl 103,29-30). Onde é acolhido, o Espírito Santo renova a face da terra. Vinda do alto, toda transformação e renovação têm consistência. O Espírito Santo é fonte da unidade, suscita a inversão de Babel, pois com sua chegada todos os povos entendem a única língua do amor. E podemos preparar este fruto do Espírito abrindo-nos para construir pontes e superar os muros, estes tão tentadores em nosso tempo, quando parecemos retornar à barbárie, considerando inimigos todos os que eventualmente pensam de modo diferente! Tudo o que aproxima as pessoas e todas as inspirações que nos conduzem a gestos de amor e unidade são fruto da ação do Espírito Santo. E nossa Igreja de Belém quer celebrar o Pentecostes na perspectiva proposta pelos Atos dos Apóstolos: “A multidão dos fiéis era um só coração e uma só alma. Ninguém considerava suas as coisas que possuía, mas tudo entre eles era posto em comum” (At 4,32). Será a festa da unidade e da comunhão, dentro das celebrações dos trezentos anos da Diocese de Belém. Nós desejamos que o Espírito Santo nos leve a viver a oração de Jesus: “Que todos sejam um, como tu, Pai, estás em mim, e eu em ti. Que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste” (Jo 17,21). Num tempo de tantas dúvidas e, incrivelmente, poucas perguntas sinceras, o Espírito Santo leva a buscar sempre a verdade, aquela que tem nome, e é Jesus Cristo, para que homens e mulheres se orientem de novo, para rumarem à felicidade plena, que Deus quer para todos. O Espírito Santo acende nos corações um fogo abrasador, o ardor apostólico descrito nos Atos dos Apóstolos. Os discípulos de Jesus, antes temerosos e fugidios, tornam-se ousados e corajosos. É a mesma força que sustentou os mártires e os santos de todos os tempos, ou em nossos dias sustenta os operários do Evangelho, começando pela coragem com que o Papa Francisco, conduzido pelo mesmo Espírito, leva a cada dia a força da Palavra de Deus às fronteiras geográficas ou existenciais da humanidade. Este fogo seja pedido e acolhido por todos nós, no clima de oração com que queremos viver o Pentecostes. |
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