Por Pe. Helio Fronczack
Um Espelho para nós, humanos. A cena é curiosa, não? Seis zebras divididas em dois grupos, frente a frente, como se esperassem um confronto. A legenda é muito instigante: “Os problemas do mundo começaram quando as zebras de riscas brancas passaram a odiar as zebras de riscas pretas”. Nesta simples frase, encontramos uma significativa metáfora para os desafios da vida cotidiana e as divisões que teimamos em criar.
A primeira lição é a fragilidade da nossa percepção. As zebras, por natureza, possuem ambos os tipos de listas. A ideia de “riscas brancas” odiando “riscas pretas” é uma construção artificial que ignora a totalidade de sua existência. Quantas vezes, em nossa própria sociedade, nos apegamos a características parciais para justificar a aversão ao “outro”? Seja a cor da pele, a fé, a orientação política ou a origem, criamos fronteiras invisíveis que nos afastam.
Esta parábola nos convida a uma reflexão profunda: o verdadeiro problema não reside nas diferenças em si, mas na nossa incapacidade ou recusa em enxergar a humanidade compartilhada. O ódio nasce da superficialidade, da projeção de medos e inseguranças sobre aqueles que consideramos “diferentes”. Esquecemos que somos todos, em essência, criaturas complexas e multifacetadas, com mais semelhanças do que distinções.
A solução é o reconhecimento. Assim como as zebras são, integralmente, zebras, nós somos, integralmente, seres humanos. Cultivar a empatia significa transcender as “riscas” e buscar o que nos une: a capacidade de amar, sofrer, sonhar e construir. Apenas quando derrubamos as barreiras do preconceito, motivadas por distinções artificiais, podemos almejar uma convivência, verdadeiramente, pacífica e produtiva. Que a sabedoria das zebras nos inspire a abraçar a unidade na diversidade. E aplica-se muito bem à recomendação do apóstolo Paulo, em Gálatas 3,28: “Não existe diferença entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus”. Significa que, pela fé em Cristo, todas as divisões sociais e étnicas perdem o seu significado, pois todos os crentes formam uma só unidade em Cristo.