Por Padre Antônio Mattiuz, csj
A CELEBRAÇÃO DA MISSA
12 – ENTUSIASMO E UNÇÃO NA LITURGIA
Entusiasmo, fé e unção – O grande teatrólogo Paulo Autran disse: Eu acho linda a teoria da Igreja sobre a liturgia, mas sua prática fica banal e até ridícula.
É preciso unção, entusiasmo e vida. Se pagãos entrassem em nossa igreja, vissem e ouvissem certos agentes, se tivessem um pingo de fé a perderiam logo.
Como seria bom se os pagãos dissessem: “Oh, que bonito!”.
Com essa afirmação, o homem de teatro toca fundo na essência de falhas na liturgia: ausência de unção, de entusiasmo, de convicções, de fé e de técnica.
Como um bom ator atrai o público, um bom celebrante atrai a assembleia. Como um mau ator espanta o público, um mau celebrante espanta os fiéis.
A celebração não depende só do padre, mas de toda a equipe do altar. Se o padre for ótimo, mas se algum agente falhar, a celebração será falha.
Por isso, é de suma importância capacitar bem todos os agentes da liturgia: leitores, comentaristas e cantores. Não é fácil, mas é necessário e urgente.
Espiritualidade – A espiritualidade é essencial para os comunicadores da liturgia: do presidente e de toda a equipe do altar. Sem boa espiritualidade tudo não passa de fogo de palha, de aparências e de encenação. É preciso aprimorar a fé em Cristo vivo e presente na celebração embora invisível.
O ser humano vive de festa. Se na liturgia acabarmos com a festa, acabamos com a vida da celebração. Celebração estática e sem festa não convence ninguém que o nosso Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos.
Aos poucos, a liturgia católica foi se tornando fria, desencarnada, sem emoção, pouco atraente e já afastou muita gente das igrejas e certamente afastará muito mais se nada mudar. É preciso pensar sério e mudar!
A boa vontade é necessária, mas não basta. É preciso técnica e preparo.