A mania de comparação

 

Não raras vezes ouço pessoas se questionando: O que o outro tem que eu não tenho? Por que é tão difícil para mim e para os outros, tão fácil? O que me lembra daquela frase: “a grama do vizinho sempre está mais verde…” Já ouviu? Sempre que a ouço, reflito: você está investindo tempo e cuidado com o seu quintal? Você vê quando o outro levanta às 4h da manhã para limpar as ervas daninhas, aguar as plantas? Talvez você esteja dormindo nesse horário, sonhando com um quintal com a grama verdinha, enquanto o outro está fazendo um quintal com a grama verdinha… Notou a diferença?

Fazer comparações é uma atitude muito venenosa para a saúde mental e está se tornando cada vez mais comum. As redes sociais incentivaram essa mania ao colocar em evidência vislumbres do sucesso alheio. É preciso ter inteligência emocional para cessar as comparações e ter segurança em si mesmo. Avaliar a situação do próximo e trazê-la para perto da sua é normal e até saudável, quando as pessoas tomam as outras como inspirações, mas se torna prejudicial quando passam a se cobrar para ser alguém que não são.

Podemos definir a mania de comparação como a prática de evidenciar as semelhanças e diferenças entre determinados aspectos próprios e de outra pessoa, para estabelecer uma relação de igualdade ou superioridade de uma das partes, desde a aparência física até as relações interpessoais. Vale ressaltar que a mania de comparação ignora a nossa individualidade: somos seres únicos, com experiências, contextos, tempos, oportunidades totalmente diferentes. Você, do jeito que você é, pode contribuir para o mundo de formas únicas e pode conquistar todos os seus objetivos sendo exatamente como é. Não é preciso ser ou fazer igual ao outro para isso.

Existem várias formas de quebrar o hábito de fazer comparações e todas elas possuem um elemento em comum: o amor-próprio. É preciso ter amor por quem você é para deixar de se importar com o que está acontecendo com os outros. Então, vamos à dica dos “Quatro Se”, para ajudar: Se conheça: use suas habilidades e atributos positivos ao seu favor; Se valorize: fique contente com as qualidades que possui e, se tiver vontade de mudar, faça isso por você; Se perdoe: já agiu de má-fé? Já magoou alguém? Reconheça seus erros e fragilidades, peça desculpas, decida não errar os mesmos erros e siga em frente. Lembre-se: não somos perfeitos; Se ame: quem ama, cuida, certo? Comece por você! Isso se chama amor-próprio, um antídoto às comparações nocivas à autoestima. Fique bem! 

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