A meta e os sonhos superam o medo

Por Padre Helio Fronczack

  Em nossa caminhada, frequentemente, nos deparamos com passagens estreitas e desafiadoras – como pontes precárias que ligam montanhas, representando os obstáculos em nosso caminho para o destino desejado.

A cena da imagem é um espelho potente dessa realidade humana: de um lado, a preocupação natural do observador, ecoando a voz da prudência e do receio: “Você não tem medo?”. Do outro, a pessoa em pleno ato de travessia, respondendo com uma honestidade corajosa: “Muito. Mas não deixo que ele me impeça de chegar onde eu quero!”.

Essa breve troca de palavras revela uma das maiores verdades sobre a resiliência humana. O medo não é a ausência de coragem, mas sim uma parte intrínseca da experiência de enfrentar o desconhecido ou o difícil. A verdadeira bravura não está em não sentir medo, mas em senti-lo profundamente e, ainda assim, escolher prosseguir. É o reconhecimento da vulnerabilidade combinado com uma determinação inabalável de alcançar os próprios objetivos.

Que essa imagem e esse diálogo nos inspirem a refletir sobre as “passagens estreitas” em nossas próprias vidas. Seja um novo desafio profissional, uma decisão pessoal difícil ou a busca por um sonho há muito acalentado, o medo pode tentar nos paralisar. No entanto, a perspectiva de não chegar onde queremos, de não viver plenamente nossas aspirações, pode ser um motivador ainda maior.

Avancemos com a consciência de que o medo é um elemento presente em nossa vida, mas ele não deve tornar-se um veto que impeça o prosseguir da nossa jornada. Que a força da nossa vontade e a clareza dos nossos objetivos nos impulsionem através de cada travessia, por mais estreita que ela possa parecer. “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem” (Mt 7, 13-14).

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