A questão fundamental da Sinodalidade

Depois de ter passado os dez núcleos propostos pelo Documento Preparatório (DP) para o tempo de escuta que está em andamento nas dioceses do mundo, até agosto deste ano, é importante voltarmos à questão fundamental do “sínodo sobre a sinodalidade”, segundo proposto por Papa Francisco.

Os dez núcleos que comentamos foram estes:

  • 1. Quais são “OS COMPANHEIROS DE VIAGEM que, na Igreja e na sociedade, estão no mesmo caminho, lado a lado conosco”?
  • 2. Sabemos “OUVIR, com a mente e o coração bem abertos, sem preconceitos, nossos companheiros de viagem”?
  • 3. Temos a capacidade de TOMAR A PALAVRA para falar com coragem e total sinceridade e liberdade nas instâncias de decisão da nossa Igreja?
  • 4. Sabemos valorizar a ESCUTA COMUNITÁRIA DA PALAVRA E A CELEBRAÇÃO DA EUCARISTIA, que nos proporcionam o “encontro com Deus”?
  • 5. Buscamos ser CORRESPONSÁVEIS NA MISSÃO, visto que todos os batizados são chamados a participar?
  • 6. Temos abertura para DIALOGAR NA IGREJA E NA SOCIEDADE, bem como também a capacidade 
  • 7. DIALOGAR COM AS OUTRAS CONFISSÕES CRISTÃS?
  • 8. Como vivemos a AUTORIDADE E PARTICIPAÇÃO numa Igreja sinodal?
  • 9. Buscamos DISCERNIR E DECIDIR, com base num consenso resultante da obediência de todos ao Espírito Santo?
  • 10. Estamos em processo de FORMAÇÃO NA SINODALIDADE?

Estes 10 núcleos querem ser a explicitação da questão central do sínodo 2021-2023, isto é, se estamos vivendo um processo de aprendizagem a fim de nos tornarmos mais capazes de “caminhar juntos”, ou seja, de crescer nesta dimensão constitutiva, imprescindível, fundamental do ser verdadeira Igreja.

No Documento Preparatório a questão fundamental é assim formulada: Anunciando o Evangelho, uma Igreja sinodal “caminha em conjunto”: Como é que este “caminhar juntos” se realiza hoje na nossa Igreja particular? Que passos o Espírito nos convida a dar para crescermos no nosso “caminhar juntos”?

Para dar uma resposta, somos convidados a:

  • 1. Perguntar-nos que experiências da nossa Igreja particular a interrogação fundamental nos traz à mente?
  • 2. Reler estas experiências mais profundamente: que alegrias proporcionaram? Que dificuldades e obstáculos encontraram? Que feridas fizeram emergir? Que intuições suscitaram?
  • 3. Colher os frutos para compartilhar: onde, nestas experiências, ressoa a voz do Espírito? O que ela nos pede? Quais são os pontos a confirmar, as perspectivas de mudança, os passos a dar? Onde alcançamos um consenso? Que caminhos se abrem para a nossa Igreja particular?

É sobre esta questão que as assembleias sinodais nas Regiões Episcopais devem trabalhar nestes próximos meses de fevereiro e março. Que o Espírito Santo nos ilumine para serem assembleias muito frutuosas. Amém.

Leia nossos Colunistas