Adiantando a conversa sobre Halloween e um pouco mais…

TODOS OS SANTOS Solenidade que a Igreja vive no dia 1 de novembro

 

Olá, meu irmão e  minha irmã. Já nos encaminhamos para o fim de outubro. Se avizinha novembro, mês que a Igreja nos propõe a reflexão dos “novíssimos”.

Com a proximidade dessa época recebo em meu Facebook várias perguntas sobre o “Dia das Bruxas” ou Halloween. Será que o católico pode comemorar essa data? Essa festa é de origem satânica?

Devo dizer que nunca li nenhum documento da Igreja que trate do tema, objetivamente. Até onde sei, o que temos são orientações de natureza pastoral, mas sem nenhum direcionamento obrigatório. Então, sendo uma data que se faz próxima, parece-me proveitoso conhecermos essa realidade, a partir de uma ótica catequética, para podermos realizar um bom discernimento.

A origem mais remota do que hoje denominamos “Dia das Bruxas” está na cultura celta. Os celtas eram bárbaros que habitavam na região da atual Grã-Bretanha, há cerca de 600 a.C.

Na cultura celta a noite (para nós, 31 de outubro), era a passagem do ano. Eles acreditavam que nessa data os espíritos dos mortos podiam passar para o mundo dos vivos. Os espíritos dos antepassados viriam visitar os parentes vivos. Ainda de acordo com essa crença, não só espíritos bons vinham visitar o lado de cá. Também espíritos maus viriam dar suas voltas por aqui. Estes faziam sortilégios, feitiçarias, causavam doenças, promoviam desavenças, possessões, morte dos animais, má sorte nos negócios, na colheita, no amor.

Com o objetivo de afastar esses maus espíritos, os celtas, confeccionavam e vestiam máscaras assustadoras, usavam fantas ias horripi lantes, acendiam fogueiras para dissipar a escuridão da noite, cantavam mús icas para espantar seres malvados. Também acendiam tochas e lanternas nas colinas e trilhas para iluminar o caminho dos antepassados.

Com a expansão do Império Romano, muitos desses povos foram conquistados e seus costumes incorporados pelos conquistadores.

A Igreja, em sua missão evangelizadora. precisou lidar com esses costumes e superstições. O Papa Gregório III, que governou a Igreja de 371 a 741, substituiu esses costumes e crenças pagãs pela festa de “Todos os Santos”. Essa celebração foi estendida para todo o mundo católico pelo Papa Gregório IV, em 834. Santo Odilon (em 908), abade de Cluny, passou a celebrar a memória dos fiéis defuntos no dia 2 de novembro.

Desse modo, a crença pagã nos espíritos dos antepassados e espíritos maus transitando por aqui, deu lugar à celebração de “Todos os Santos” (os que já estão na Igreja Triunfante), dia 1 de novembro, e a oração pelos “Fiéis Defuntos” (aqueles que, embora salvos, precisam de purificação e estão na Igreja Padecente, o Purgatório), em 2 de novembro.

O que denominamos de Halloween é, justamente, a véspera do “Dia de todos os Santos’’. Neste dia se desenvolveu o bonito costume de oferecer pães aos necessitados. Então, os pobres, na véspera de “Todos os Santos”, iam aos lares católicos e recebiam o “Pão das Almas”, resultante da devoção aos Santos, ou seja, um belo modo de devoção é a prática da caridade.

No entanto, apesar do empenho espiritual e catequético da Igreja, traços dos costumes pagãos permaneceram entre os povos britânicos e, depois, através dos imigrantes, se popularizou nos EUA.

Como vimos, o “Dia das Bruxas” embora, pagão, não tem sua origem associada ao satanismo. Entretanto, é fato que grupos satanistas se inspiraram em ritos pagãos e se aproveitaram dos mesmos para desenvolverem seus cultos. Ao que se refere, especificamente, ao Halloween, não podemos dizer que seja satanista, no entanto, pode ser usado como um modo de diluir a fé cristã, ou enfraquece-la com noções anticristãs.

Posto tudo isso, que postura o católico pode assumir? Percebemos que a festa tem um caráter ambíguo e é um risco, principalmente, para quem tem uma catequese fraca, uma fé imatura e uma espiritualidade rasa.

Diante disso algumas propostas têm surgido:

1- Festas onde as crianças se fantasiam de Santos.

2- Festas onde as crianças se fantasiam de personagens de fábulas ou personagens de heróis das histórias em quadrinhos, apontando que o bem supera o mal.

3- Festas onde as crianças se fantasiam das mais variadas profissões, objetivando passar a ideia de que a bondade, a santidade é vocação de todos.

Pela Divina Misericórdia, sigamos buscando pensar com a Igreja no serviço da Verdade.

Fique com Nossa Senhora e São José.

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