Ansiedade da escolha

 

O dicionário nos diz que “Escolher” significa: manifestar preferência por (alguém ou algo); fazer opção entre (duas ou mais pessoas, ou coisas). Além disso, aprendemos que escolher sempre é entre isso ou aquilo e deixamos de pensar na possibilidade de ser isso e aquilo, quer dizer, aprendemos que escolher tem a ver com abrir mão de alguma coisa e talvez aí esteja um dos gatilhos pelo que escolher pode ser um processo tão difícil e doloroso para algumas pessoas.

Todos acompanhamos o sofrimento e a ansiedade de tantos jovens no processo do ENEM; quanta pressão para fazer escolha tão definitiva, que é a profissional, quando ainda nem se amadureceu em outras áreas da vida; quanta pressão dos colégios, dos adultos e das famílias para “acertar”, para ser o primeiro, para ser o melhor, etc. e o quanto isso tem adoecido muitos jovens, numa fase ainda tão repleta de incertezas. Então, atenção: se você tem 16, 17 anos, você não é obrigado a saber o que fazer. Você pode não saber e isso é um direito seu. Se você é um adulto, de alguma forma responsável por um jovem, entenda e o ajude a entender que tudo bem ele ainda não saber o que ele quer ser durante seus próximos 40, 50 anos… E mais, ajude-o a acreditar que ele pode mudar de opinião e tudo bem recomeçar… Eu mesma, leitor, fiz três tentativas de passar na faculdade de medicina e quando fiz um vestibular para psicologia, pronto, me encontrei… E isso é o maior desafio e a maior conquista: se encontrar no que se quer ser, se sentir motivado e desafiado para crescer na profissão em que se encontrou…

O momento de decidir a profissão, por si só, já gera uma grande carga de ansiedade que pode ser amenizada quando: procura-se ajuda especializada, com uso de entrevistas, testes vocacionais ou de interesse, por exemplo; busca-se conversar com profissionais que já atuam nas áreas de interesse, de forma a ter uma visão realista e não romantizada da profissão e do mercado de trabalho; conversar, pesquisar, analisar prós e contras da profissão que quer seguir. Importante é nesse processo de escolha não tomar por base de motivação somente a questão financeira ou o status da profissão, mas, principalmente, a alegria de se sentir útil, de fazer sentido na vida de outra pessoa e da sociedade. Até a próxima!

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