Todos nós vivemos intensíssimos momentos de fé e devoção participando dos vários eventos do Círio NSN. É sempre assim: toda vez que a imagem peregrina de NSN passa perto de nós, de imediato, todos sentimos emoções profundas e com espontaneidade brota no fundo do coração uma oração: ou palavras de gratidão por graças recebidas ou pedidos apresentando à Mãe as várias situações dolorosas da vida, como a necessidade de cura de uma doença em nós ou em alguma pessoa querida ligada a nós. E quando não saem as palavras, o simples estender a mão até a imagem peregrina NSN e, em seguida, fazer o sinal da cruz, na maioria das vezes surgem lágrimas nos olhos e até choro alto, contagiando muitos outros peregrinos ao redor. Isto acontece em qualquer época do ano; e no tempo do Círio de NSN esta sensibilidade e piedade é multiplicada por mil. Sim, é impressionante como todos vibram com a passagem da imagem peregrina NSN e erguem os braços em sua direção, tiram bonés e chapéus em sinal de respeito; elevam seus pensamentos a ela suplicando e agradecendo, e benzendo-se com tanta piedade e devoção. Nos dias que antecedem o Círio outro fato que é marcante como sinal de devoção mariana é ver como muitos romeiros acorrem de longe percorrendo noites e dias a pé para chegar à basílica santuário da Mãe e Mestra, Rainha da Amazônia. Todas estas manifestações de piedade popular certamente são expressões de uma fé autêntica que, de modo simples e sincero, entrega à Nossa Senhora de Nazaré seus pedidos e seus agradecimentos por graças recebidas.
Depois de viver toda esta religiosidade nos diferentes eventos do Círio: sentir-se envolvido no mar de gente que participa; pagar sua promessa de acompanhar o círio fluvial, ou a trasladação ou o Círio; pagar promessa de ir na corda, um sacrifício físico e emocional que não é para todos pois é super exigente; visitar a basílica santuário de NSN; e outras coisas mais que se pode fazer em tempo de Círio; me vem uma pergunta quanto à profundidade de fé de todas estas manifestações, pois o risco de superficialidade sempre existe. Mais especificamente a pergunta é sobre o pós-círio. Fico a pensar: E agora, depois de tudo isto, como continua a vida cristã dos romeiros? Certamente não se pode ficar somente na espera de um próximo evento grandioso e extraordinário para manifestar fé e devoção. Também não é correto simplesmente ficar esperando o Círio do ano que vem. Como podemos responder a estas indagações?
Dom Antônio de Assis Ribeiro, bispo auxiliar de nossa arquidiocese, em sua homilia de conclusão do Círio-2022 ressaltou com muita propriedade alguns compromissos que todos precisamos assumir se quisermos dar passos em direção de uma fé cristã sempre mais madura e profunda. Com a devida permissão de Dom Antônio, transcrevo aqui “os compromissos que Nossa Senhora nos pede”, como intitulou seu post publicado em seu perfil Facebook:
1. Ser sempre grato a Deus pela Vida, Saúde, Fé e tantas graças que recebemos… saber agradecer os benefícios recebidos!
2. Permanecer na Palavra… Jesus Cristo é a Palavra de Deus… Por isso devemos conhecê-lo através da leitura dos Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João). Não podemos amar quem não conhecemos!
3. Amar a Igreja Católica. Quem Ama a Jesus Cristo deve amar a sua Igreja, ser fiel a ela, nunca abandonar a Igreja, envolver-se nas suas causas. Não ser católico só uma vez por ano, só de Círio em Círio!!!
4. Ser gente boa, capaz de fazer o bem, sendo Bom Samaritano… aquele que ajuda gratuitamente os necessitados. Ser Solidário. Maria é a Mestra da solidariedade.
Foi Tudo maravilhoso! Obrigado a todos os servidores de todos os níveis de responsabilidades.
MUITAS BENÇÃOS PARA TODOS!(Dom Antônio de Assis Ribeiro, Homilia da conclusão do Círio 2022).
Que as alegrias do Círio continuem em sua vida e que, mesmo na simplicidade de sua comunidade, toda vez que você participar de uma celebração da missa, de um encontro de formação em sua paróquia, você possa experimentar a mesma alegria e paz experimentada neste tempo de Círio.