Caminho de Fé

Olá, meu irmão é minha irmã. Já é outubro!
Iniciamos o mês dedicado às missões com a festa da grande doutora da Igreja, a pequenina Santa Terezinha. Logo depois celebramos a proteção divina na festa dos santos Anjos da Guarda. Neste mês também fazemos memória do pobrezinho São Francisco de Assis e de São João Paulo II “magno”.

Porém, outubro é sobretudo, um mês mariano, é o tempo de Nossa Senhora: Do Santo Rosário, De Aparecida, De Nazaré.
Sem dúvida que para nós aqui no Pará “Nossa Senhora de Nazaré” é um título que, deixa o coração mais leve, afinal é Círio.
Lamentavelmente, não poderemos realizar o Círio do modo habitual, pois, o momento ainda requer cuidado. E a despeito das muitas aglomerações, cabe-nos fazer nossa parte.

Fato é que cresce a sensação de que nos aproximamos do fim do ano.
Não sou da opinião que o ano termina com o Círio, tão pouco concordo com a expressão “Natal dos paraenses”. Se tivéssemos que traçar algum paralelo, creio, que o Círio (guardadas as muitas diferenças obviamente), é para nós “Dia de Ação de Gracas”.

Nos EUA o “Dia de Ação de Gracas” é um momento de encontro familiar, de agradecimento ao Senhor e que abre a as festividades do final de ano. Tempo de graças.

Mas como poderemos viver bem esse tempo de graças de modo a não deixar o coração frio diante das impossibilidades do momento atual?
Para respondermos essa questão é importante recordar que o Círio é expressão da piedade popular.

Vejamos o que é piedade ou religiosidade popular?

A Igreja ensina: “Além da Liturgia, a vida cristã se nutre de formas variadas de piedade popular,enraizadas em suas diferentes culturas. Velando para esclarecê-las à luz da fé, a Igreja favorece as formas de religiosidade popular que exprimem um instinto evangélico e uma sabedoria humana que enriquecem a vida cristã “ (CIC, 1679).

Que riqueza espiritual: Sagrada Liturgia e religiosidade popular. Entretanto, esta não deve nos afastar daquela. Muito, pelo contrário, a piedade popular deve enriquecer nossa Espiritualidade nos encaminhando para a Sagrada Liturgia. Não devem ser entendidas como realidades contrárias, muito menos opostas.

Se a religiosidade popular for entendida distante da Liturgia corre o risco de se converter em (que Deus nos livre), superstição e descambar (que Deus nos livre denovo), para idolatria .
A superstição constitui um desvio do sentimento religioso e nos afasta do culto adequado ao Verdadeiro Deus (cf. CIC, 2111).

O Círio de Nossa Senhora de Nazaré não pode ser convertido em superstição. Se isso ocorresse, cairiam na idolatria e deixaríamos passar as graças de Deus. Afinal, tudo que é legitimamente mariano, é cristocêntrico. Nesse sentido, o Círio nos conduz à Missa. Esse é nosso caminho de fé.
Que Deus lhe conceda muitas graças neste Círio!
Pela Misericórdia, sigamos em frente buscando pensar com a Igreja no serviço da Verdade. Fique com Nossa Senhora e São José.

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