Esses dias, acompanhando um cliente com ansiedade elevada, em terapia, ouvi uma fala que me fez parar e refletir sobre o quanto estamos acelerando nossas vidas. Disse assim: “Ando tão ansioso que gostaria que o acelerador de áudio do WhatsApp fosse mais rápido”. Então, fui pesquisar sobre as consequências desse acelerador para nossa saúde mental e trazer para nossa reflexão, motivos para não usarmos esse recurso, em excesso.

Motivo 1: Acelerar o áudio nos torna mais impacientes e, com o tempo, vamos nos acostumando a não aguentar o ritmo normal, mais lento, de ouvir as mensagens; vamos querendo mensagens mais rápidas, caminhos mais rápidos, decisões mais rápidas, estudos mais rápidos, relacionamentos mais rápidos etc, ou seja, o ritmo normal da vida vai nos angustiando e irritando.

Motivo 2: Acelerar o áudio eleva a nossa ansiedade, visto que o acelerador eleva a frequência do cérebro para as ondas Beta que deixam a pessoa desperta, alerta, com a mente concentrada e pronta para executar trabalhos que necessitam de atenção redobrada ou para aprender a fazer algo, gerando um estado de vigília, foco e atenção muito bom, por exemplo, para ajudar nos processos criativos mas que, ativada em excesso, gera malefícios como ansiedade elevada, insônia, dentre outros.

Motivo 3: Acelerar o áudio diminui a imunidade, considerando que estimula o sistema nervoso simpático (sistema de excitação, que ajusta o organismo para suportar situações de perigo, esforço intenso, stress físico e psíquico). Nos processos de aceleração sem freio são liberados pelo organismo os hormônios cortisol, adrenalina e noradrenalina, que reduzem o calibre dos vasos sanguíneos e, em longo prazo, potencializam o risco de hipertensão e arritmias cardíacas.

Motivo 4: Acelerar o áudio gera cansaço mental e baixa memória, pois o cérebro vai precisar gastar duas vezes mais energia para conseguir interpretar os áudios. Esse fato, somado a uma situação de desgaste energético em que já vivemos, nos leva a uma equação perigosa: menos energia cerebral é igual a menos função cerebral que, por sua vez, é igual à baixa memória e dificuldade de raciocínio.
Diante disso, penso ser fundamental nos perguntarmos: Quanto mais coisas, escolhas e situações temos acelerado em nossas vidas? Precisa ser sempre assim? Até a próxima!

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