Dez núcleos temáticos para viver a sinodalidade

Para ajudar a fazer emergir as experiências e a contribuir de maneira mais rica para a consulta, o número 30 do documento preparatório apresenta dez núcleos temáticos que abordam diferentes aspetos da “sinodalidade vivida”. Estes temas deverão ser adaptados aos diferentes contextos locais para que sejam integrados, simplificados e aprofundados, pois sempre é preciso prestar atenção para que a linguagem não seja difícil para os participantes das assembleias eclesiais. O Vademe cum que acompanha este Documento Preparatório oferece instrumentos, percursos e sugestões, a fim de que os diferentes núcleos de interrogações inspirem concretamente momentos de oração, formação, reflexão e intercâmbio. Eis os temas:

I. OS COMPANHEIROS DE VIAGEM.

Na Igreja e na sociedade, estamos no mesmo caminho, lado a lado. – Na nossa Igreja local, quem são aqueles que “caminham juntos”?

II. OUVIR.

A escuta é o primeiro passo, mas requer que a mente e o coração estejam abertos, sem preconceitos. – Com quem estão a nossa Igreja particular “em dívida de escuta”?

III. TOMAR A PALAVRA.

Todos estão convidados a falar com coragem e parrésia, ou seja, integrando liberdade, verdade e caridade. – Quando e como conseguimos dizer o que é deveras importante para nós?

IV. CELEBRAR.

“Caminhar juntos” só é possível se nos basearmos na escuta comunitária da Palavra e na celebração da Eucaristia. – De que forma a oração e a celebração litúrgica inspiram e orientam efetivamente o nosso “caminhar juntos”?

V. CORRESPONSÁVEIS NA MISSÃO.

A sinodalidade está ao serviço da missão da Igreja, na qual todos os seus membros são chamados a participar. – Dado que somos todos discípulos missionários, de que maneira cada um dos Batizados é convocado para ser protagonista da missão?

VI. DIALOGAR NA IGREJA E NA SOCIEDADE.

O diálogo é um caminho de perseverança que inclui também silêncios e sofrimentos, mas é capaz de recolher a experiência das pessoas e dos povos. – Quais são os lugares e as modalidades de diálogo no seio da nossa Igreja particular?

VII. COM AS OUTRAS CONFISSÕES CRISTÃS.

O diálogo entre cristãos de diferentes confissões, unidos por um único Batismo, ocupa um lugar particular no caminho sinodal. – Que relacionamentos mantemos com os irmãos e as irmãs das outras Confissões cristãs?

VIII. AUTORIDADE E PARTICIPAÇÃO.

Uma Igreja sinodal é uma Igreja participativa e corresponsável. – Como se identificam os objetivos a perseguir, o caminho para os alcançar e os passos a dar?

IX. DISCERNIR E DECIDIR.

Num estilo sinodal, decide-se por discernimento, com base num consenso que dimana da obediência comum ao Espírito. – Com que procedimentos e com que métodos discernimos em conjunto e tomamos decisões?

X. FORMAR-SE NA SINODALIDADE.

A espiritualidade do caminhar juntos é chamada a tornar-se princípio educativo para a formação da pessoa humana e do cristão, das famílias e das comunidades. – Como formamos as pessoas, de maneira particular aquelas que desempenham funções de responsabilidade no seio da comunidade cristã, a fim de as tornar mais capazes de “caminhar juntas”, de se ouvir mutuamente e de dialogar?

A finalidade da primeira fase do caminho sinodal é favorecer um amplo processo de consulta, para recolher a riqueza das experiências de sinodalidade vivida, nas suas diferentes articulações e aspectos, envolvendo os Pastores e os Fiéis das Igrejas particulares em todos os diversificados níveis, através dos meios mais adequados, em conformidade com as realidades locais específicas. De maneira particular, solicita-se a contribuição dos organismos de participação das Igrejas particulares, especialmente do Conselho presbiteral e do Conselho pastoral, a partir dos quais verdadeiramente «pode começar a tomar forma uma Igreja sinodal».

Rezemos para que o processo sinodal seja frutuoso para toda a humanidade.

“Eis-nos aqui, diante de Vós, Espírito Santo! Eis-nos aqui, reunidos em vosso nome! Só a Vós temos por Guia: vinde a nós, ficai conosco, e dignai-vos habitar em nossos corações. Ensinai-nos o rumo a seguir e como caminhar juntos até à meta. Nós somos débeis e pecadores: não permitais que sejamos causadores da desordem; que a ignorância não nos desvie do caminho, nem as simpatias humanas ou o preconceito nos tornem parciais. Que sejamos um em Vós, caminhando juntos para a vida eterna, sem jamais nos afastarmos da verdade e da justiça. Nós vo-lo pedimosa Vós, que agis sempre em toda a parte, em comunhão com o Pai e o Filho, pelos séculos dos séculos. Amém”.

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