Também conhecida como depressão ou síndrome de fim de ano, a “dezembrite” é classificada como um Transtorno Afetivo Sazonal (TAS) e tem maior incidência em países com grande variação de temperatura e luz solar nos períodos de outono e inverno, cujos dias tendem a ser mais escuros e frios. Em países tropicais como o Brasil, em que essa variação de luz e temperatura não costuma ocorrer de forma abrupta, a depressão do fim de ano pode se desenvolver a partir de outros fatores, como por exemplo, o final do ano. Um estudo feito pela ISMA-BR revelou que o nível de estresse do brasileiro aumenta cerca de 75% no mês de dezembro e mostrou que, apesar das festividades, sentimentos negativos como angústia, ansiedade e tristeza também estão presentes nessa época do ano (trabalho, confraternizações, filas, problemas financeiros, presentes, metas para concluir e um novo ano para projetar). Tempo de balanços pessoais, checando o que fizemos e o que não fizemos; metas que prometemos no final do ano passado e não realizadas, etc. Tempo de fechar ciclos…
Alguns dos principais sintomas da “dezembrite” são: tristeza e desânimo constante; falta de apetite; alterações de humor; transtornos do sono; falta de energia; dificuldade de concentração e de socialização. Nota-se que essas sensações são comuns, principalmente com a correria do final de ano, por isso deve-se observar se os sintomas são de um episódio isolado ou se ocorrem de maneira persistente. Todos nós estamos sujeitos a desenvolver esse transtorno, no entanto, podem ser mais comuns em: pessoas que já possuem algum transtorno emocional; mulheres adultas; pessoas que moram mais ao norte do planeta e, ainda, pessoas com histórico familiar de transtorno sazonal.
Lidar com esses momentos exige autoconhecimento e muita paciência consigo mesmo, com seus limites, fragilidades e, também, com suas possibilidades. Muito importante é não se cobrar demais, estar com pessoas que você realmente gosta, realizando atividades que lhe tragam motivação e prazer, sem exceder seus próprios limites. Permita-se vivenciar momentos especiais, no hoje, no agora, sem ansiedade e angústia da saudade do ontem e do medo do amanhã.
Um belo exercício para esses tempos é olhar para você, sua vida, seus projetos e sonhos, sua família, seu trabalho e também para suas dificuldades, tristezas e desafios, com um olhar de gratidão. Você chegou até aqui e isso quer dizer que você está vivo e, estando vivo, tudo pode ser diferente e até melhor logo ali… o que foi ruim pode servir de aprendizado… o que foi bom pode servir de motivação para construir mais… o que foi medo pode servir de reavaliação de estratégias e descoberta de novas formas de fazer o que você deseja… o que foi vitória pode ser motivo de partilha, de ensinar ao outro… Só há mudança quando se está vivo! Viva a vida, viva o novo dia, viva você! Agradeça o hoje, o ontem e o amanhã que virá e siga em frente! Até a próxima!