A) Texto: Lc 2,15-20
15 Quando os anjos se afastaram, voltando para o céu, os pastores disseram entre si: “Vamos a Belém ver este acontecimento que o Senhor nos revelou”.16 Os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José, e o recém-nascido deitado na manjedoura.17 Tendo-o visto, contaram o que lhes for dito sobre o menino.18 E todos os que ouviram os pastores ficaram maravilhados com aquilo que contavam.19 Quanto a Maria, guardava todos esses fatos e meditava sobre eles em seu coração.20 Os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes tinha sido dito.
B) Comentário:
O nascimento de Jesus inaugura uma era nova de paz com a união de “céu-terra” (Sl 115,24); “Deus-homem”.
Ao encontrar Jesus, não se pode deixar de ter a experiência salvífica e feliz de um Simeão (Lc 2,32); ou, sabendo de sua notícia, deixar de ir ao seu encontro sem demora, como os pastores (v 16).
Quem vai em busca de Jesus, encontra logo a família; ela é o primeiro lugar onde se pode encontrá-lo: “os pastores foram às pressas a Belém e encontraram Maria e José e o recém-nascido”.
Há quatro personagens que afloram no texto: Os pastores, Maria, José e o recém-chegado ao mudo, e não os nobres; os intelectuais ou mesmo os parentes. Este aceno é muito importante.
Sabe-se que a visita é um gesto de carinho ou reconhecimento. Então é bom saber: como está nossa visita “pastoral” ao Santíssimo Sacramento? Lá certamente aprenderemos tudo sobre o menino. Igualmente é bom recordar que no itinerário de Jesus, ele mesmo se diz ser o “bom pastor” (Jo 10,11). Ora, a atividade do pastor é cuidar do rebanho. E em seu ministério Jesus é o próprio cordeiro redentor (Jo 1,36). O início e o fim de sua trajetória terrena estão vinculados com os pastores.
E o que aprendemos com os pastores neste texto? Eles ouviram e falaram a todos, do menino; eis nossa lição e missão!
“Maria, mãe de Jesus”. Este, se diga, é o nome de Nossa Senhora; é o sobrenome de Maria, que nos oferecem os evangelhos. Sua missão primordial é trazer o Filho de Deus ao mundo, é ser mãe (Lc 1,35). Deus dá Jesus de presente a Maria (Lc 1,35); Jesus dá sua mãe de presente a nós (Jo 19,26) e em outro momento ela nos dá Jesus como Mestre (Jo 2,5). Temos muito que aprender a viver tudo isso no menino que nasceu para nós.
No primeiro dia do ano, celebramos a “Maternidade de Maria” – mãe do Deus humanado. Nós rezamos, em especial, pela Paz no mundo. “Somos obras das mãos de Deus”!
“José”, terceiro personagem, é modelo da paternidade humana no amor a toda prova, pela esposa e filhos que Deus lhe confia. Ele planeja abandonar a esposa grávida, preferindo a difamação, a que ela fosse condenada. Deus ampara o justo na dúvida, e o justo vive a vida que vem de Deus.
Quanto ao último personagem, “pastores”; não há palavras e sim ações de nossa parte, para que o menino cresça em nós e em nosso meio. Cabe-nos, agora, o empenho pessoal e social.