A) Texto: Mt 13,24-43
24Jesus contou outra parábola à multidão: “O reino dos céus é como um homem que semeou boa semente no seu campo. 25Enquanto todos dormiam, veio o inimigo, semeou joio no meio do trigo e foi embora…. Queres que vamos arrancar o joio? 29O dono respondeu: Não! Pode acontecer que, arrancando o joio, arranqueis também o trigo… 31Jesus contou-lhes outra parábola: “O reino dos céus é como uma semente de mostarda que um homem pega e semeia no seu campo…” 33Jesus contou-lhes ainda uma outra parábola: “O reino dos céus é como o fermento que uma mulher pega e mistura com três porções de farinha, até que tudo fique fermentado” … 37Jesus respondeu: “Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem. 38O campo é o mundo. A boa semente são os que pertencem ao reino. O joio são os que pertencem ao maligno. O inimigo que semeou o joio é o diabo. A colheita é o fim dos tempos. Os ceifeiros são os anjos. O Filho do homem enviará os seus anjos e eles retirarão do seu reino todos os que fazem outros pecarem e os que praticam o mal; … 43Então os justos brilharão como o sol no reino de seu Pai. “Quem tem ouvidos ouça”
B) Comentário
O capítulo 13 do evangelho de Mateus, é pleno de parábolas. No domingo passado versava sobre o que é “a Palavra de Deus” e hoje, trata sobre o que é “o Reino de Deus” anunciado por Jesus.
No texto apresentam-se três parábolas explicando o que seja o Reino de Deus.
A primeira das parábolas nos conduz à situação de Jesus no meio judaico; (os fariseus se admiravam de que Jesus não se isolasse do mundo pecador, numa comunidade à parte) e no meio da Igreja primitiva (escandalizava a muitos de que nela nem todos fossem santos). Portanto não devemos espantar-nos, pois a Igreja não é a comunidade de santos e sim, o “local de salvação”.
Ora, o tema eclesiológico indicado, está presente na parábola como o do juízo final. Entre os servos dedicados existem os impacientes, que são aqueles que querem antecipar o juízo final (v.28) e os humanos não devemos julgar as consciências por dois motivos: O primeiro, é porque Deus estabelece o tempo de julgamento e o ser humano não deve apressar, para antecipá-lo; e o segundo, porque o homem não sabe julgar o interior de alguém sem incorrer no erro, no equívoco.
A expressão: “Enquanto dormiam…” revela a nossa preguiça ou “corpo mole”, na devida ação vigorosa da evangelização. É mais fácil atribuir a satanás, do que assumir nosso descuido, ou mesmo pouco interesse na luta pelo triunfo do bem. Jesus descreve satanás, mais como instigador que como autor do mal. É mais fácil fazer o exame de consciência no outro, no inimigo, que assumir a própria culpa.
As outras duas parábolas têm um ângulo comum, que é o surpreendente contraste entre a pequenez do ponto de partida, com a grandeza do ponto de chegada. Também aponta o Reino grandioso já presente na pequena semente (o minúsculo grupo dos discípulos), e sua força já operante neste punhado de fermento. E nós, que faremos?