Homilia Dominical – Mt 5,1-12

 

A) Texto: Mt 5,1-12

1Jesus vendo às multidões subiu ao monte e sentou-se. Os discípulos aproximaram-se, 2e Jesus começou a ensiná-los: 3“Bem-aventurados os pobres em espírito, porque deles é o reino dos céus. 4Bem-aventurados os aflitos, porque serão consolados. 5Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. 6Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. 7Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia. 8Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus. 9Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão filhos de Deus. 10Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus. 11Bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós por causa de mim. 12Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”.

B) Comentário

Este evangelho nos fala de “Bem-aventuranças”. Ou seja, de “felicidades”. É o bem que vem e se torna realidade. A Felicidade ou “Bem-aventurança” em hebraico se diz “ashrê” (Sl 84,13); e em grego, se diz “makários”. Os “macarismos”, indicam que se trata de um“leque da felicidade”: vários elementos. E o leque se abre para fora. Devemos, portanto, comunicar para os outros, o que temos e somos.
Alguém pergunta a Jesus: “o que fazer para ser feliz; quem é feliz”? Ele responde com um elenco de oito condições ou qualidades: os pobres, os aflitos, os mansos, os famintos, os misericordiosos, os puros, os pacíficos, e os perseguidos. Mas a cada uma das oito “bem-aventuranças”, corresponde a razão de ser, como esclarecimento. O quadro se mostra como um grande contraste, pois quem se sente feliz na aflição, na perseguição…? E além disso, o mestre nos ordena a termos uma alegria ainda maior ou felicidade plena, convidando à alegria e exultação: “Alegrai-vos e exultai” (v 12)… quando vos perseguirem, caluniarem, mentirem contra vós. E em oração lhe diríamos: Senhor, quem poderá alegrar-se neste turbilhão de padecimentos e agruras? Qual será a razão desta tamanha felicidade? Que felicidade é esta? Jesus aponta que é tê-lo como motivo: devido a mim (v 11).

E Jesus conduz o pensamento da plateia a uma dimensão escatológica, ou seja: final. O mestre leva o cristão a tornar-se cada vez mais um ser “futuriço”, que, embora estando no tempo presente, ele invista todo o seu potencial, com perspectiva voltada para o futuro; com segurança de vitória garantida por quem pode garanti-la: o Cristo.

Já no início da narrativa deste discurso, fala que Jesus “subiu ao monte”. Isto quer mostrar a importância dos ensinamentos dele, que são tão aquilatados quanto foi o pacto sinaítico, o compromisso de Deus com o seu povo e do povo com seu Deus, no monte Sinai.
Há uma felicidade que só vemos com os olhos da fé, e na dinâmica e energia que nos vem do Senhor. Vivendo estas qualidades evangélicas: “pobreza” ao modo de Cristo, e as demais, seremos os bem-aventurados dos quais nos fala ele, chamando ou classificando de Felizes!

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