Igreja de portas abertas – para que as cidades se encham de alegria

Dom Alberto, apresentando o “instrumento de trabalho” lançado em 29/abril, indicou com clareza e profundidade os pontos que, necessariamente, precisarão ser levados em consideração nesta última etapa da caminhada rumo à assembleia geral sinodal, marcada para 5-6-7/agosto deste ano. Ei-los aqui em síntese:

“Nossa Igreja de Belém assumiu o caminho de unidade, para juntos respondermos com ardor missionário aos apelos de Deus e aos desafios do tempo presente. Desejamos ser “Igreja de portas abertas”, para que nossas cidades se encham de alegria (cf. At 8,8). …Nossa opção o por “caminhar juntos”, em sinodalidade, palavra que já entrou em nossa linguagem de Igreja, teve vários passos. Um deles foi a nona Assembleia Arquidiocesana de Pastoral e o Plano de Pastoral dela nascido. Faz-se necessário solicitar às nossas Regiões Episcopais e às nossas Paróquias a retomada de seus eixos de ação definidos, em cuja luz será entendida a proposta do Instrumento de Trabalho agora oferecido, inclusive com a pergunta sincera a respeito daquilo que foi realizado ou não”. …

“A tarefa de evangelizar todos os homens cons tui a missão essencial da Igreja; tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes. …

“Uma das muitas chagas do tempo em que vivemos é a desunião, fruto do individualismo exacerbado no qual tantas pessoas mergulharam. Moti vos ideológicos, culturais, políticos e religiosos oferecem o terrível espetáculo dos conflitos constantes, a corrupção, a violência e a convulsão social. Até os maravilhosos recursos tecnológicos à nossa disposição acabam contribuindo, pelo seu uso inadequado, para o acirramento dos conflitos e a divisão. Nosso tempo clama pela cura, cuja fonte só se encontra no Evangelho”. …

“Queremos dar passos na estrada da unidade, “para que o mundo creia” … Queremos renovar o apelo a “pensar Igreja de Belém”, apaixonar-nos todos, todos os fiéis, nas mais diversas vocações e missões, pelo Reino de Deus e sua Igreja, sair de nossas discussões ou confrontos e ir ao encontro dos irmãos. Cada pessoa edifica a Igreja exercitando seus dons e colocando-os à disposição do Corpo que é a Igreja, pronto a perder suas preferências pessoais, disposto a construir a vida da Igreja (cf. Lc 14,25-35)”. …

“Diante de nós e no meio de nós existe o escândalo das divisôes a serem superadas, através de uma vida autên ca de comunhão.Ouçamos São Paulo: “As rivalidades e contendas que existem no meio de vós acaso não mostram que sois carnais e que procedeis de modo humano apenas? Quando um declara: ‘Eu sou de Paulo’ e outro: ‘Eu sou de Apolo’, não estais apenas no nível humano? Pois, quem é Apolo? Quem é Paulo? Não passam de servos pelos quais chegastes à fé. A cada um o Senhor deu sua tarefa: eu plantei, Apolo regou, mas era Deus que fazia crescer. De modo que nem o que planta nem o que rega são, propriamente, importantes. Importante é aquele que faz crescer: Deus. Aquele que planta e aquele que rega são a mesma coisa, mas cada qual receberá o salário correspondente ao seu trabalho. Pois nós somos cooperadores de Deus, e vós, lavoura de Deus, construção de Deus” (1 Cor 3,3-9)”. …

“Unidade não significa uniformidade. A beleza da Igreja se manifesta no dom recíproco das capacidades pessoais e comunitárias. O Sínodo é uma oportunidade para dizer com reconhecimento o quanto é importante a mul plicidade de dons e carismas existentes em nossa Igreja. Ninguém se sinta excluído. O sonho é muito grande, mas é plantado por Deus. Venha em nosso socorro a unção do Espírito. Para realizá-lo, todas as contribuiçãoes vindas das pessoas e ins tuições que se envolveram são importantes no caminho feito até agora. Cada frase ou palavra do Instrumento de Trabalho encontre seu lugar nas várias Assembleias que se seguirão, até chegarmos à Assembleia Final do Sínodo Arquidiocesano”.
“O leque que se abre é muito grande, levando em conta a importante colaboração de tantas pessoas e grupos. Com toda certeza, deveremos aprender juntos a escolher o que é mais importante, com a simplicidade necessária para nos comprometermos com que é possível, segundo nossas forças. Para tanto, mais uma vez será o Espírito Santo a nos conduzir! Estejamos abertos à sua acção! Rezemos”!

Belém, 30 de abril de 2022.

(Extraído do texto de apresentação de Dom Alberto Taveira Corrêa, seguindo-se à data, a assinatura do Arcebispo de Belém).

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