A) Texto: Jo 2,1-11.

1 Houve um casamento em Caná da Galileia. A mãe de Jesus estava presente. 2 Também Jesus e seus discípulos tinham sido convidados para o casamento. 3 Como o vinho veio a faltar, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm mais vinho”. 4 Jesus respondeu-lhe: “Mulher, por que dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou”. 5 Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei o que ele vos disser”. 6 Estavam seis talhas de pedra colocadas aí para a purificação que os judeus costumam fazer. Em cada uma delas cabiam mais ou menos cem litros. 7 Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água”. Encheram-nas até a boca. 8 Jesus disse: “Agora tirai e levai ao mestre-sala”. E eles levaram. 9 O mestre-sala experimentou a água, que se tinha transformado em vinho. Ele não sabia de onde vinha, mas os que estavam servindo serviam, pois eram eles que tinham tirado a água. 10 O mestre-sala chamou então o noivo e lhe disse: “Todo mundo serve primeiro o vinho melhor e, quando os convidados já estão embriagados, seve o vinho menos bom. Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” 11 Este foi o início dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua glória, e seus discípulos creram nele.

B) Comentário

O texto ressalta o processamento da fé dos discípulos em Jesus (v 11), contrastando com a incredulidade dos judeus (2,13-22). Destaca-se aqui o despertar da fé NELE, mediante a orientação de sua e nossa mãe: “Fazei o que ele vos disser” (v 5).

A leitura nos mostra Maria, que atentamente observa as necessidades dos noivos, e faz um pedido a seu filho por eles. A iniciativa dela indica seu interesse por cada família ou filho de Deus necessitado. O resultado obtido leva os discípulos a terem fé em Jesus: “e seus discípulos creram nele” (v 11). A mãe de Jesus é mãe da fé. A devoção a Maria, nos leva a crer em Jesus.

O evangelista apresenta três diálogos: o de Maria com Jesus (v 3-4); o de Jesus com os serventes (v 7-8); e o do mestre-sala com o noivo (v 10).

“Mulher, por que dizes isso a mim? Minha hora ainda não chegou” (v 4). Na vida, as ações valem mais que as palavras. Jesus fez. Ele parecia indiferente ao pedido da mãe, mas a resposta positiva se deu nas providências tomadas imediatamente (v 8), com a quantidade e qualidade do melhor dos vinhos, constatado e comentado por quem entende: o mestre-sala (v 10).

Quando Jesus usa “Mulher”, ele coloca sua mãe na dinâmica salvífica: “Porei inimizade entre ti e a mulher…” (Gn 3,15); “Deus mandou o seu Filho nascido de uma mulher” (Gl 4,4); “Mulher, eis aí o teu filho… eis aí a tua mãe” [mulher-mãe] (Jo 19, 26-27).

No início dos sinais de Jesus como Messias, como Cristo, o noivo ouve um comentário de inversão: “Todo mundo… Mas tu guardaste o vinho melhor até agora!” (v 10). Também ocorre com a pessoa que vive intensamente sua fé em Jesus: “Quando ela nasce todo mundo sorri e só ela chora. Quando ela morre todo mundo chora e só ela sorri”, pois se encontrará com seu Senhor.

Pela fé, os sinais do Senhor nos acompanharão e nos farão participar de sua glória do início ao fim… Até a última hora.

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