Minha primeira leitora (continuação)

Embora o título do texto que segue possa sugerir a continuação do assunto anterior, peço ao leitor que compreenda a saudade de ‘minha primeira leitora’, quando ora invoco os tempos em que juntos, participamos dos encontros para jovens, o então chamado ‘Congresso Marial’, cujo idealizador foi o dinâmico Padre, hoje Cônego Raul Tavares de Sousa, fundador da Comunidade Casa da Juventude (CAJU), idos de 1959.

Os encontros eram realizados uma vez por ano, geralmente no quarto domingo de outubro. Na tarde da sexta-feira, a garotada era reunida no Colégio N. S. de Nazaré, onde esperavam o acesso aos vários ônibus que os aguardavam estacionados em frente ao Colégio. Tenho gravado na memória, o alegre vozerio daqueles jovens, ao adentrarem nos ônibus. Era uma alegria que contagiava. Certo ano cheguei a contar a participação de 22 grupos, constituídos em média por cerca de 20 jovens, moças e rapazes, dos quais, dois ou três eram dirigentes, portanto, mais experientes. Somava-se ao grupo um casal, carinhosamente chamado de ‘pai’ e ‘mãe’, encarregados do apoio logístico. O retorno a Belém ocorria na tarde de segunda-feira, o encerramento acontecendo em uma Missa, no pátio externo do Colégio Nazaré. Minha esposa e eu participamos por vários anos, depois sendo chamados a cumprir outras tarefas. No entanto, a experiência foi importante para o nosso processo de conversão.

Recentemente, em 2019, fomos convidados a palestrar com jovens casais, a maioria já tendo alguma vivência na CAJU. O encontro ocorreu na Igreja São João Paulo II, na Tv. Mauriti, realização da já referida Comunidade. Diante da diferença de idade do casal palestrante e a dos ouvintes, precisávamos nos aproximar dos jovens casais. Foi quando, já no meio do tempo disponível, para surpresa minha, Lourdes começou a cantarolar o refrão de uma música criada pelo então jovem Álvaro Fernandes, quando descobrimos ser ainda muito conhecida dos participantes de hoje.Todos cantaram juntos, em uma verdadeira explosão de alegria. Foi como se o Fogo do Amor incendiasse o ambiente. Eis o refrão, que minha esposa guardava como um tesouro: “Talvez seja assim / Tirei minha roupa, me vesti de amor, / Te segui sem pudor, / Fui e não vi, que haviam barreiras. / Percebi que teu signo, é o Amor”. Louvado seja Deus!

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