Natal: o Amor se fez Carne

Olá, meu irmão é minha irmã, que o Deus de Misericórdia esteja com cada um.

O Natal já está pertinho, pertinho. O Rei dos reis, o Senhor da glória está vindo.

Na antiguidade, quando um rei ou mesmo uma grande autoridade entrava numa cidade preparavam-lhe grandes recepções, manifestações de veneração, muitos eram até idolatrados. Eram muitas as pompas! O lugarejo ou cidade era enfeitada, se organizava desfiles, cortejos. Muitas eram as homenagens. Para o povo era uma honra a presença da autoridade.

Pois bem, Deus escolheu um cidadezinha para entrar no mundo: Belém. Não sei nem se podemos chamar Belém de Judá de cidade. Era um lugarejo, uma vila talvez?

O Rei, embora anunciado por séculos através dos profetas, vem como que escondido, silencioso no ventre de Maria e sob a guarda de José. Uma jovem dona de casa e um simples trabalhador. Pompa? Não há não! Nada de festas, nem de desfiles.

Maria e José foram à Belém por causa de um tal recenseamento decretado pelo imperador. Porém, havia uma verdade maior: uma profecia que trazia o anúncio de que aquele que devia reinar viria de Belém (cf.Mq 5,2).

Em Belém chegava um casal pobre, longe de serem famosos, longe de serem populares. Um casal pobre é algo comum. Assim como é comum- lamentavelmente- o desprezo pelo qual passaram. Ninguém os recebeu, nada estava preparado para los acolher. Aliais, ninguém os acolheu.

Havia chagada a hora do parto e não havia lugar para eles (cf.Lc 2,7).

Ora, se não havia lugar para eles era por, todos os lugares estarem ocupados.

Adaptando essa realidade para nossos dias, podemos perguntar: Há lugar para esse Menino nascer em minha casa? Há espaço em meu coração para Jesus nascer? Meu lar tem espaço para receber Jesus, Maria e José?

Ou talvez estejamos muito ocupados com a ceia, os presentes; talvez muito ocupados em “fazer bonito” diante de parentes e amigos. Não que essas realidades sejam ruins em si. Entretanto, se tornam problemáticas na medida em que ocupam lugar de Jesus. Tornam-se ruins se tomarem tanto espaço ao ponto de suprimir o principal.

A exagerada preocupação com o natal pode fazer com que não haja espaço para o NATAL. Talvez esse seja o grande perigo da contemporaneidade: preparamos, acolhemos tantos “natais” (ceias, festas, músicas, presentes, roupas…) e não preparamos, nem acolhemos o NATAL (Jesus entre nós).

O Natal verdadeiro pressupõe uma disposição espiritual e fraterna diferente do que a mundanidade oferece.

Natal de verdade pressupõe uma boa Confissão precedida de adequado exame de consciência e disposição verdadeira de mudança; escuta (leitura) diária do evangelho, oração, gesto concreto.

Sobre este último ponto o Santo Padre propôs no Ângelus do dia 12 de dezembro: “O que posso fazer concretamente nestes dias que estamos próximos ao Natal? Como fazer a minha parte?”.

O para Francisco sugeriu pedir ou conceder perdão, ligar para alguém que está solitário, visitar um idoso ou um doente, fazer algo por um pobre.

O Verbo se fez carne. Foi de verdade, não foi uma ideia, uma lenda, um mito, um conto de fadas. Foi concreto!

Diz o papa Francisco que “cada um de nós- não o esqueçamos- tem uma missa a ser cumprida. Portanto, não tenhamos medo de perguntar ao Senhor: o que devo fazer?”.

Assim deve ser, pois celebramos o Amor se fez Carne.

Tenha um feliz e santo Natal.

Sigamos em frente, pensando com a Igreja no serviço da Verdade.

Fique com Nossa Senhora e São José.

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