Termina maio. Inicia junho. E assim sucessivamente os meses vão passando. E com a passagem dos dias, meses e anos também nossa vida vai passando. Na verdade, nós vamos passando. Aliás, estamos de passagem neste mundo. Este é o curso de nossa vida. Irreversível. Sem volta. Sempre vai em frente; mesmo se, talvez, gostaríamos que parasse agora. Ou, talvez, até gostaríamos de voltar um tempo atrás para termos tomado outro rumo pois, agora, olhando para trás, percebemos que se, talvez, tivéssemos tomado outro rumo, não estaríamos sofrendo certas consequências dolorosas, difíceis, no presente.

Ao rever nossa vida, e ao perceber que pode ser diferente, ao notar que talvez estamos parados, ou que o empenho cristão diminuiu o se esgotou, o importante é uma séria tomada de decisão e dizer, no íntimo do coração, como o filho da parábola narrada pelo Evangelho de Lucas, no capítulo 15: “Vou voltar para a casa de meu Pai”.
Sim, sempre podemos “recomeçar” nossa vida do ponto onde estamos. Podemos voltar a viver a vida. Sim, “viver a vida”. Sobre isto veja o expressa a meditação de Chiara Lubich com este título: “Viver a vida”.

“O cristão é chamado a viver a vida, a nadar na luz, a abismar-se na cruzes, mas não a enlanguescer. Nossa vida, ao contrário, às vezes é apagada; a inteligência, obscurecida; a vontade, indecisa. É que, educados neste mundo, fomos acostumados a viver uma vida individualista, que está em contradição com a vida cristã.
Cristo é amor e o cristão não pode deixar de sê-lo. E o amor gera a comunhão, a comunhão como base da vida cristã e como vértice. Nesta comunhão, o homem não vai mais sozinho até Deus, mas caminha para Ele em companhia. Isto é um fato de incomparável beleza, que faz ressoar dentro da alma o versículo da Escritura: “Como é bom, como é agradável habitar todos juntos, como irmãos!” (Sl 133, 1).

A comunhão fraterna, porém, não é estaticidade beatífica; é uma conquista perene, com o resultado contínuo não só de manter essa comunhão, como de propagá-la entre muitos, porque a comunhão, de que aqui tratamos, é amor, é caridade, e a caridade é difusível por natureza” (Meditações, Cidade Nova, São Paulo, 2005, p. 105).

Este novo mês que inicia seja para todos nós um “recomeço” na vida de comunhão fraterna.

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