O número 30 do documento preparatório para o Sínodo sobre a sinodalidade, em outubro de 2023, apresenta dez núcleos temáticos para serem estudados e refletidos nos diversos níveis de comunidades, paróquias e dioceses. Cada tema proposto tem uma base doutrinal que está nos fundamentos do ser igreja, sem a qual não é possível ser de verdade a Igreja de Jesus Cristo; e a partir do conteúdo doutrinal são feitas algumas perguntas para verificar em que nível estamos na vivência destas realidades constitutivas da Igreja. A partir de hoje, nesta coluna semanal, começo a fazer algumas considerações sobre estes temas para ajudar o nosso percurso sinodal visando crescer sempre mais na sinodalidade. Todos estamos concordes que de nada serve saber quais são os pontos constitutivos da vida eclesial e fazer bonitas reflexões sobre temas importantes se estes, depois, não se tornam vida, experiência de fé, e não são assumidos por todo o povo de Deus, não é mesmo? O Papa Francisco convoca todo o povo de Deus a fazer a experiência do “escutar-nos reciprocamente”, e assim, juntos, escutarmos o que o Espírito Santo está pedindo à Igreja no hoje da história. Viver a sinodalidade, tornar-se igreja sinodal, crescer em comunhão, viver na unidade, são expressões equivalentes que se referem a uma das notas constitutivas da Igreja de Cristo. Recitamos no “Credo apostólico”, a cada semana, nas missas dominicais: “Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica”. Igreja una. Afirmar que a Igreja é “una” significa ter consciência de que todos os batizados têm a mesma dignidade e igual valor. É na realidade do batismo que se fundamenta toda a organização e vivência comunitária da Igreja.
Tendo presente esta verdade doutrinal, o primeiro tema proposto para o crescimento na vida de sinodalidade tem esta formulação: “OS COMPANHEIROS DE VIAGEM. Na Igreja e na sociedade, estamos no mesmo caminho, lado a lado”. Esta frase encerra um conteúdo preciso. De fato, ela afirma uma dimensão da vida humana que ninguém pode negar, pois todos constatamos cotidianamente que é impossível não estar com outras pessoas; por mais que queiramos nos isolar, nunca conseguimos completamente, pois é evidente que estamos lado a lado com outras pessoas.
Conhecida é a frase de Thomas Morus (que também é atribuída a Teilhard de Chardin): “Nenhum homem é uma ilha”. Isto que dizer que o homem não consegue viver isoladamente e precisa um dos outros para a sua sobrevivência. Outra frase que expressa com grande propriedade a importância da união com os outros é um canto de animação das comunidades eclesiais de base: “Uma só varinha é muito fácil de quebrar, mas ajunte um feixe, você pode até suar”. Estas são duas das muitíssimas maneiras para expressar esta constatação. Certamente você conhece outras expressões que colocam em relevo este aspecto da vida de comunhão, não é?
Para aprofundar a importância desta dimensão eclesial da unidade decorrente da nossa inserção em Cristo pelo batismo é importante que se respondam estas perguntas que seguem:
– Na nossa Igreja local, quem são aqueles que “caminham juntos”? – Quando dizemos “a nossa Igreja”, quem é que faz parte dela? – Quem nos pede para caminhar juntos? – Quem são os companheiros de viagem, inclusive fora do perímetro eclesial? – Que pessoas ou grupos são, expressa ou efetivamente, deixados à margem?
Será uma grande contribuição para a preparação do sínodo arquidiocesano se você (pessoalmente ou com os membros do grupo do qual você participa em sua comunidade paroquial) responder a estas perguntas e enviar para a secretaria do sínodo neste email: heliofronczak@gmail.com ou neste número WhatsApp (91 – 98144 1118). Fico no aguardo. Até a próxima semana.