Introdução
A pastoral juvenil no Regional Norte II, que compreende os estados do Pará e do Amapá, está viva! Apesar da complexidade da área geográfica de quase um milhão e quatrocentos mil quilômetros quadrados, assumimos o compromisso de todos os anos realizar um encontro presencial de assessores e, ao menos, duas reuniões remotamente.
Aconteceu em Santarém, de 18-20 de novembro deste ano (2022), o II Encontro dos Assessores da pastoral juvenil do regional. Estiveram presentes as Dioceses de Abaetetuba, Cametá, Marabá, Prelazia de Tucumã, Diocese do Xingu, Altamira, Óbidos, a Arquidiocese de Belém e Arquidiocese de Santarém.
Apesar de tantos desafios de logística e aqueles típicos das juventudes, a pastoral juvenil está caminhando em cada Diocese. Cada diocese tem sua história, sua sensibilidade, mas de modo geral há uma preocupação para com os jovens. O Setor Juventude deu novos passos em diversas dioceses e continua se organizando; em outras dioceses, continua a Pastoral da Juventude. Cada encontro de lideranças pastorais é rico de conteúdo: partilha de experiências missionárias, estudo de novos temas, convivência fraterna, discernimento de desafios, reflexão sobre possibilidades, programação pastoral. Na última Assembleia Eclesial dos Bispos da Amazônia, em Santarém (2022), os pastores renovaram o compromisso de evangelização da Juventude.
1 – Reflexões compartilhadas pelos assessores
1. A Pastoral juvenil tem muitas DIMENSÕES; não pode de forma alguma se limitar às atividades litúrgicas; deve ser sensível à totalidade da vida dos jovens; evangelizamos também através do esporte, lazer, cultura, música…; é necessário dar atenção à situação existencial dos jovens, muitas vezes, há graves problemas;
2. É preciso que a dinâmica da pastoral juvenil cuide de PROCESSOS e não se perca na diversidade de atividades; para isso é preciso dar atenção ao crescimento dos jovens; o amadurecimento deve ser pleno, em todas as dimensões; precisamos formar homens e mulheres maduros na fé; por isso um dos grandes temas da pastoral juvenil na atualidade é o projeto de vida;
3. A gestão da pastoral juvenil deve estabelecer PARCERIAS com movimentos, pastorais e instituições com afinidade de missão; a mentalidade de pastoral de conjunto será sempre uma necessidade; é importante a participação nos concelhos municipais;
4. Não haverá Setor Juventude sem o MAPEAMENTO E VALORIZAÇÃO das expressões juvenis de carismas diferentes presentes na diocese; a tradicional PJ vive uma situação de crise interna, mas caminha lentamente para uma renovação, sendo mais fraterna, equilibrada, sinodal e continuando socialmente sensível; em algumas dioceses quase desapareceu;
5. O setor juventude organizado requer o fortalecimento do PROTAGONISMO JUVENIL; mas é um processo; o assessor deve escutar, dialogar, acompanhar, auxiliar, incentivar, educar; o protagonismo juvenil não é absoluto, por isso, é necessário o acompanhamento e a honesta orientação educativa. A coordenação e animação do Setor Juventude Diocesano deve acontecer através de um conselho formado por Jovens líderes. O conselho deve organizar a agenda anual do setor juventude considerando os eventos nacionais, regionais e diocesanos; evite-se ações paralelas. O setor juventude não suprime o dinamismo das expressões juvenis, mas as estimula a viver a COMUNHÃO E PRESENÇA nos grandes eventos e processos; é preciso formação para a comunhão;
6. O setor juventude é diocesano, mas considerando a dimensão geográfica da diocese e ou prelazia, a dinâmica de animação e ACOMPANHAMENTO podem ser em diversos níveis estratégicos como por setor, por vicariato, região episcopal etc. considerando a organização da diocese;
7. Enquanto pastoral juvenil NÃO levantamos a BANDEIRAS PARTIDÁRIAS e nem apoiamos nenhum candidato. A postura da Igreja é a reflexão política a partir de princípios e valores… Estimulando os jovens ao discernimento e a serem conscientes, críticos, livres, responsáveis, abertos, equilibrados, capazes de comunhão e obediência;
8. Em todos os contextos é necessário investir na FORMAÇÃO DAS LIDERANÇAS para que não se desanimem e nem se desviem da própria missão. Há um itinerário de formação que não deve ser esquecido: formar para o sentido da vida, o encontro com Cristo, o engajamento na Igreja e a paixão pelo Reino de Deus. A formação deve estar em sintonia com cada contexto sociocultural;
9. A DIMENSÃO MISSIONÁRIA é de fundamental importância para a animação da pastoral juvenil; a pastoral juvenil existe para evangelizar; é preciso que os jovens evangelizem outros jovens; isso acontece quando conhecem a pessoa de Jesus;
10. Em todas as circunstâncias é necessário evitar o EXTREMISMO, o criticismo, postura azeda como sinal do influxo de ideologias, seja de direita tradicionalista quanto de esquerdas progressistas; isso favorece antipatias e rupturas; a Igreja deve ser promotora do diálogo; JESUS CRISTO deve ser o CENTRO da vida pastoral da Igreja; por isso deve-se fazer todo esforço para que Jesus seja conhecido, amado, seguido; para isso a prática da leitura orante é necessária;
11. A promoção da AUTOSSUSTENTABILIDADE da pastoral juvenil em cada contexto permanece um desafio; a pastoral tem uma dimensão econômica, por isso, é importante que em cada Diocese a organização do setor juventude pense em estratégia para a superação desse desafio. Os eventos devem ser financeiramente autossustentáveis;
12. Sente-se a necessidade de uma linguagem, metodologia e programação adequada para a evangelização e o acompanhamento dos JOVENS RIBEIRINHOS, RURAIS E INDÍGENAS; eles têm outra sensibilidade, preocupações, perspectivas e ritmo de vida muito diferente dos jovens urbanos.
2 – Compromissos assumidos:
– Aprofundar o tema do “associacionismo juvenil” e relançar os grupos de jovens;
– Estudar, divulgar e encarnar na realidade diocesana o Plano Nacional da Pastoral juvenil;
– Capacitar líderes jovens e novos assessores para a pastoral juvenil;
– Organizar ou reforçar o setor juventude nas dioceses e prelazias;
– Investir na autossustentabilidade do setor juventude;
– Promover, na semana da JMJ 2023, alguma atividade para os jovens em sinal de sintonia com a Igreja;
– Planejar o caminho trienal: Ano 2023: 50 anos da Pastoral da Juventude; aprofundar a dimensão vocacional da pastoral juvenil; realizar o I Encontro Regional de Jovens Líderes; Ano 2024: trabalhar a missionariedade nas paróquias; Ano 2025: realizar a Jornada Juvenil Missionária Diocesana; Ano 2026: I Romaria da Juventude do Regional Norte II – Belém, 6-12 de julho;
– Iniciar o processo de organização da pastoral juvenil indígena.
PARA A REFLEXÃO PESSOAL:
1 – Como está a pastoral juvenil na sua Paróquia?
2 – O que você tem feito pela promoção da evangelização dos jovens?
3 – Qual é a diferença entre pastoral da juventude, pastoral juvenil e Setor Juventude?