O título de nossa coluna é também o de uma linda canção, de Nando Cordel, que vem ecoando em meu coração nesses tempos desafiadores e conflituosos… Ela inicia assim: “A paz do mundo começa em mim, se tenho amor, com certeza sou feliz…” É sobre a paz que começa em mim, no meu interior, que podemos ter ingerência, observação e controle e, acredito mesmo que muitas pessoas, nessa mesma busca, juntas, podem construir uma cultura, uma sociedade de paz. E, sob essa premissa, então, quais os benefícios que a paz interna podem nos trazer? Ajuda a lidar de forma mais serena com nossas dores; firmeza e serenidade para enfrentar conflitos e diálogos gentis com os outros e com nós mesmos, são alguns deles.

A cultura de paz diz respeito a uma visão de mundo que privilegia o diálogo e a mediação para resolver conflitos, abandonando atitudes e ações violentas e respeitando a diversidade, no pensar e no agir. Somos chamados a difundir a paz em nosso cotidiano, sendo mais generosos e solidários, relacionando-nos baseados em princípios não violentos, observando, por exemplo, o Manifesto por uma Cultura de Paz e Não Violência, da UNESCO, que defende seis caminhos de ação: Respeitar a vida; Rejeitar a violência; Ser generoso; Ouvir para compreender; Preservar o planeta e Redescobrir a solidariedade.

Para sermos difusores dessa cultura de paz, precisamos trabalhar a paz interior, que nos traz a capacidade de vivermos no presente, sonharmos e realizarmos nossos planos, porque, em paz, nos conectamos a nós mesmos e, para isso, faz-se fundamental silenciar a mente, os pensamentos, as palavras… Pense em uma pessoa que você acredite que está em paz e observe o quanto essa pessoa lida bem com os silêncios… Do contrário, observe o quanto os barulhos (internos e externos) podem nos tirar a paz e, sem paz, não conseguimos agir adequadamente em nossas funções ou desenvolver nosso pleno potencial. Quem acredita na paz e faz dela a sua filosofia, mais dificilmente se entrega a ações intempestivas, brigas, discussões ou competições vazias.

Partilho, por fim, algumas sugestões para trabalharmos em nós, a paz interior: seja responsável por suas escolhas e respeite as escolhas dos outros, pois, somos responsáveis em grande parte pelo nosso momento, pelo cuidado que nos damos, pela maturidade emocional que devemos buscar; compreenda que estamos em evolução e muitas pessoas ainda vão fazer escolhas voltadas à agressão, ao invés de investirem no gerenciamento de suas emoções e mudar essa escolha do outro não é sua obrigação; não tente controlar tudo e todos: vivemos em processos, tempos e dinâmicas internas diferentes e o imponderável faz parte de tudo isso; seja grato: dê valor ao que te enriquece como ser humano, sem perder muita energia psíquica com o que não agrega. Fique bem, fique em paz!

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