Por que “Campanha da Fraternidade Ecumênica”?

A cada cinco anos a Campanha da Fraternidade acontece de forma ecumênica, isto é, junto com outras Igrejas Cristãs. Aquelas pertencentes ao Conselho Nacional das Igrejas Cristãs do Brasil – CONIC. O secretário-geral da CNBB, dom Joel Portella Amado, em nota oficial da CNBB de 17/02/2021, afirmou que a campanha está voltada ao diálogo para a superação das polarizações e das violências que marcam o mundo atual, em especial no contexto da política e da pandemia de covid-19. “O vírus, já tão letal em si mesmo, encontrou aliados na indiferença, no negacionismo, no obscurantismo, no desprezo pela vida. Sejamos, portanto, aliados na responsabilidade, na lucidez e na fraternidade”, disse ele durante o lançamento virtual da campanha.

Em meio a algumas controvérsias surgidas sobre a validade ou não desta iniciativa ecumênica, nós seguimos o pastor de nossa Arquidiocese D. Alberto Taveira que em seu artigo semanal de 18/02/2021 assim se expressou: “Desejamos que todos busquem o caminho da reconciliação, da unidade e da paz, na certeza de que só Cristo é a nossa paz. Caiam os muros que nos separam, busquemos os caminhos da caridade recíproca, entremos de coração aberto no tempo quaresmal, tempo de conversão e de reconciliação. Mais oração, jejum, abstinência, mortificações, gestos de caridade fraterna, para vivermos uma campanha da fraternidade e pela fraternidade, fiéis à Palavra do Senhor: “Eu vos dou um novo mandamento: amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois os meus discípulos: se vos amardes uns aos outros” (Jo 13,34-35). É o que a Igreja espera de todos nós”.

É claro, portanto, que somos convocados a fazer nossa parte e dar o primeiro passo em busca de diálogo com os irmãos de outras denominações cristãs, superando as animosidades e desconfianças mútuas, olhando-nos uns aos outros como discípulos de Jesus Cristo, habitantes da mesma casa comum, filhos e filhas do mesmo Pai Celeste. É assim que pedimos a Deus na oração da CFE deste ano: “Torna-nos pessoas sensíveis e disponíveis para servir a toda a humanidade, em especial, aos mais pobres e fragilizados, a fim de que possamos testemunhar o Teu amor redentor e partilhar suas dores e angústias, suas alegrias e esperanças, caminhando pelas veredas da amorosidade. Por Jesus Cristo, nossa paz, no Espírito Santo, sopro restaurador da vida. Amém”.

A Campanha da Fraternidade nos convoca a sermos generosos em oferecer, no encerramento da CF, no dia 28/março, Domingo de Ramos, a nossa contribuição financeira para os projetos do Fundo de solidariedade administrados pela Caritas Arquidiocesana.

Na semana próxima vamos considerar algumas das reflexões do Papa Francisco feitas em sua recente viagem ao Iraque; reflexões estas que alargam ainda mais nossos horizontes pois o Papa Francisco convida a todas as religiões a um novo passo daqui para frente. “Deste lugar fontal da fé, da terra do nosso pai Abraão, afirmamos que Deus é misericordioso e que a ofensa mais blasfema é profanar o seu nome odiando o irmão. Hostilidade, extremismo e violência não nascem dum ânimo religioso: são traições da religião. … Não permitamos que a luz do Céu seja ocultada pelas nuvens do ódio!”, afirmou o Papa Francisco.

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