Por que sentimos inveja?

Dia desses ouvi uma homilia do Padre Paulo Ricardo na qual ele dizia: “A inveja é a tristeza pelo bem do outro”. O que me provocou a refletir sobre o tema, tão complexo e desafiador, posto que, dificilmente, nós admitimos a possibilidade de invejarmos ou de sermos invejados…
A palavra inveja vem do latim invidia, que deriva do verbo invidere: olhar com malícia. O dicionário Michaelis, traz dois significados: ódio, desgosto provocado pelo bem-estar, prosperidade ou felicidade do outro e, ainda, desejo muito forte de possuir ou desfrutar de algum bem possuído ou desfrutado por outra pessoa.
A Psicologia nos diz que a inveja é um tipo de dor psicológica sentida quando, ao nos compararmos a outra(s) pessoa(s), entendemos que nosso valor está diminuído. Inveja é a dolorosa observação daquilo que nos falta. O filósofo Aristóteles já dizia: inveja é como a dor quando vemos a boa sorte de outra pessoa, que é estimulada por “aqueles que têm o que devemos ter”. Então, no geral, a inveja é o deslocamento de energia do potencial de determinado indivíduo para a exacerbada preocupação com a satisfação e prazer de outra pessoa.

Somos seres comunitários e, na construção de nossa identidade, incorporamos traços de quem convivemos, como família, amigos, etc. É um processo dinâmico entre o “eu” e o “outro” e, assim, difícil não fazer a comparação com o outro e, a partir dessa comparação, surge a inveja, como uma consequência da identificação com o outro. Portanto, o motivo pelo qual temos inveja é o fato de nos compararmos a outras pessoas ao nosso redor. Caso a comparação pare, a inveja também vai parar. 
Vale observar algumas características comuns de pessoas invejosas, como: não se alegram com o sucesso e a conquista dos outros; sentem prazer ao criticar; raramente elogiam; falam da vida alheia o tempo todo e são extremamente competitivas.
Do mesmo jeito que qualquer um pode sentir inveja, qualquer um pode ser alvo de inveja. Vale observar o quanto a inveja do outro nos afeta e caso as coisas que a pessoa fale ou suas ações não prejudiquem a nossa saúde mental, busquemos conversar com ela e mostrar que não precisa agir dessa forma, que ela tem pontos positivos que merecem ser elogiados e ressaltados. No entanto, caso a inveja esteja te afetando, avalie a possibilidade de se distanciar, visando o seu próprio bem emocional e mental. Até a próxima!

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