Por uma Igreja Sinodal: eixo da missionariedade

O processo sinodal que a Arquidiocese de Belém está vivendo entrou na fase das “assembleias específicas” dos vários setores que compõem as forças evangelizadoras da nossa Igreja. Nos meses de maio e junho se reunirão em assembleia os diferentes grupos – religiosos/as, movimentos eclesiais e novas comunidades, organismos e pastorais arquidiocesanas, diáconos permanentes, padres e bispos – para retomar em mãos o material vindo das assembleias paroquiais e das regiões episcopais para responder à questão fundamental do sínodo: “o que o Espírito está pedindo para a Igreja de Belém hoje para que ela possa responder à sua missão de evangelização”?
Nesta busca de “escuta do Espírito” as assembleias das paróquias e das regiões episcopais avaliaram os eixos pastorais tomados como orientações para a ação pastoral na assembleia arquidiocesana de 2017 e enviaram seus relatórios. Dom Antônio, coordenador da comissão de preparação do sínodo, quando tomou conhecimento das conclusões dos relatórios, comentou: “Este precioso material é fruto de dois processos de reflexão: das assembleias paroquiais e das regiões episcopais; a sua finalidade é nos ajudar no processo de compreensão da nossa complexa realidade eclesial com seus múltiplos anseios; por de trás de cada proposta há uma situação que precisa ser melhorada. A metodologia do caminho sinodal não optou pela pura denúncia dos problemas, mas por um olhar transcendente e propositivo. Dessa forma somos convidados a olhar para frente, juntos, em comunhão dando respostas aos desafios concretos” (ver nas orientações para o uso do instrumento de trabalho do sínodo).

O primeiro eixo é a “Missionariedade: promover a Igreja em saída”. As principais expressões que vieram das assembleias são: REALIZAR visitas domiciliares; DESPERTAR o espírito missionário em todos os paroquianos; SENSIBILIZAR as comunidades na busca de novas formas; PROMOVER jornadas missionárias arquidiocesanas; INCENTIVAR a inclusão das paróquias nas áreas missionárias e ilhas; CONSTITUIR em todas as paróquias o Conselho Missionário Paroquial com o objetivo de estimular a animaçao missionária e a capacitação de líderes missionários; ESTABELECER ações missionárias programáticas a exemplo de mutirões anuais e ações missionárias permanentes em cada comunidade da paróquia; INTENSIFICAR a presença evangelizadora da Igreja nas escolas, universidades, hospitais, empresas, instituições, lojas, postos de gasolina, shoppings, feiras, portos, aeroporto, terminais rodoviários, condomínios, ocupações, comércios, presídios, cemitérios, em lugares de intensa participação juvenil, nas ilhas, enfim, em todos os lugares possíveis, etc.; MELHORAR a catequese infantil com sua clara dimensão missionária, tornando-a atrativa através da utilização de métodos didáticos criativos, divertidos, mas com conteúdo sólidos, consistentes, centrados na pessoa e mensagem de Jesus Cristo; FUNDAR comunidades nas novas localidades, loteamentos, ocupações e periferias; DESENVOLVER atividades evangelizadoras com as famílias, especialmente as dos membros engajados nas paróquias, nos movimentos e pastorais; também nas famílias que, durante o período de pandemia se afastaram da Igreja, porque se acomodaram em casa, exercitando sua espiritualidade de maneira remota ou solitária; EVANGELIZAR as famílias para estimular a reinserção de seus membros na Igreja; CRIAR grupos de visitas nas residências, sobretudo, dos fiéis afastados como forma de resgate dos que pararam de frequentar a Igreja; REAVIVAR a dimensão missionária de todas as forças vivas das paróquias; AUMENTAR a presença sacerdotal nas comunidades, promovendo, na medida do possível, a renovação dos padres já idosos e com dificuldades para acompanhar o dinamismo das paróquias e comunidades; CRIAR um fundo financeiro arquidiocesano para subsidiar a compra de novos terrenos e a construção de novas capelas, sobretudo, nas periferias; DAR mais atenção ao tema família e suas diferentes realidades (questões relativas ao matrimônio, outros modelos de famílias, os sacramentos, jovens casais); RENOVAR as estruturas das Paroquias para tornar a evangelização mais eficaz, descentralizada, evitando o excesso de atividades no calendário pastoral e das pessoas envolvidas, que provoque uma mudança de mentalidade (hábitos) e mudança de métodos — conversão pastoral e missionária, uma Igreja sinodal; DAR mais atenção à pastoral da criança e à pastoral juvenil; VISITAR mais as famílias e envolvê-las nas atividades pastorais.

De todas estas indicações, o que não poderá faltar nos próximos anos para que a nossa Igreja seja sempre mais Igreja em saída, Igreja missionária? Rezemos para que sejamos dóceis àquilo que o Espírito Santo está pedindo à nossa Igreja de Belém.

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