Por uma igreja sinodal: rumo à assembleia geral

Terminadas as “assembleias específicas” – a última foi a dos padres no sábado passado, 18 de junho, – a secretaria executiva do primeiro sínodo arquidiocesano reunirá todo o resultado das reflexões e escolhas das prioridades em cada um dos eixos da ação pastoral na arquidiocese presentes no ainda vigente plano de pastoral.
Este material resultará na publicação de um novo instrumento de trabalho que servirá de base para a realização da assembleia sinodal marcada para o período de 5 a 7 de agosto próximo.
Das muitas sugestões vindas destas assembleias específicas, levando em consideração o contexto do caminho sinodal de toda a Igreja, certamente, a assembleia sinodal geral será uma etapa importante para a Arquidiocese de Belém na realização dos objetivos propostos desde a abertura do caminho sinodal em 15 de novembro de 2019.

Dom Alberto, nosso arcebispo, na apresentação do instrumento de trabalho, lembra questões fundamentais que, necessariamente, deverão ser aprofundadas na assembleia sinodal para fazer como que a Arquidiocese de Belém realize sua missão evangelizadora nos tempos de hoje.

Entre as questões fundamentais estão estas:
1. “Nossa Igreja de Belém assumiu o caminho de unidade, para juntos respondermos com ardor missionário aos apelos de Deus e aos desafios do tempo presente. Desejamos ser “Igreja de portas abertas”, para que nossas cidades se encham de alegria (cf. At 8,8).
Nesta primeira afirmação – Belém assumiu o caminho da unidade – está implícita a pergunta: quais os passos que a Arquidiocese de Belém precisa dar para expressar de verdade que assumiu o caminho da unidade? O que precisa ser introduzido em nossa pastoral, no plano das estruturas, do estilo e dos eventos eclesiais para que a sinodalidade efetivamente aconteça?

2. “A tarefa de evangelizar … é missão que acontece através do diálogo, do serviço do testemunho de comunhão e do anúncio do nome de Jesus Cristo! Todos estes elementos se encontram presentes em nossa Igreja de Belém, o que se torna motivo de gratidão imensa ao Senhor e grande responsabilidade”.
A pergunta que brota aqui é: o que o Espírito Santo está pedindo a cada um de nós e a todos os grupos de pessoas e movimentos eclesiais existentes nas paróquias para que sejamos pessoas de diálogo, serviço e comunhão? O que é necessário promover em nossa arquidiocese para que a sinodalidade – caminhar juntos – aconteça?

3. “Uma das muitas chagas do tempo em que vivemos é a desunião, fruto do individualismo exacerbado no qual tantas pessoas mergulharam. Motivos ideológicos, culturais, políticos e religiosos oferecem o terrível espetáculo dos conflitos constantes, a corrupção, a violência e a convulsão social.
Até os maravilhosos recursos tecnológicos à nossa disposição acabam contribuindo, pelo seu uso inadequado, para o acirramento dos conflitos e a divisão.
Nosso tempo clama pela cura, cuja fonte só se encontra no Evangelho”.
Aqui a pergunta é: o que precisa ser introduzido em nossa Arquidiocese para que as feridas de desunião, acontecidas no passado, sejam curadas e superadas e, a partir de agora, vivamos um novo tempo de igreja onde comunhão, participação e missão sejam notas constitutivas visíveis em todos os setores (organismos de governo, paróquias, movimentos e novas comunidades)?

Certamente, existem outros aspectos a serem considerados. Estes aqui lembrados já são suficientes para indicar novos passos a serem dados para tornar a Arquidiocese de Belém uma “igreja de portas abertas”, acolhedora e disposta a servir a todos, para fazer chegar a todos a alegria do Evangelho, para que a cidade se encha de alegria.
Continuamos rezando cada dia para que o sínodo arquidiocesano seja escola de comunhão para todos nós.

“Ó Deus, nosso Pai, que enviastes para a vida do mundo o vosso Filho Jesus Cristo, Palavra de Vida, e nos chamais a acolhê-lo na fé, concedei-nos a graça de sermos discípulos missionários anunciadores da verdade do Evangelho em nossa Arquidiocese de Belém. Na fidelidade a Jesus Cristo nosso Senhor obedientes à vossa vontade, empenhemo-nos no serviço do vosso Reino, para que a nossa cidade se encha de alegria. Queremos também cuidar da Amazônia rica e bela para que seja sempre a casa de todos. O vosso Espírito Santo ilumine e fortaleça nossa missão, para que a comunhão, dom da vida divina, cresça cada vez mais em nossa lgreja de Belém e sejamos testemunhas do vosso amor. Ó Mãe e Virgem Maria, Senhora de Belém, intercedei por nós para vivermos a missão com alegria e perseverança. Amém”.

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