Prudência sim, medo não!

A prudência é gerada pela razão, pautada pela vontade, enquanto o medo é um sentimento que pode levar ao pânico, deixando a pessoa refém de suas emoções. “Com a sabedoria se constrói a casa, e com a prudência ela se firma”. (Pv 24, 3).

Diante da realidade que ora se vive, quando a humanidade é assolada por uma pandemia implacável, é prudente que mantenhamos os cuidados sanitários devidos, sem, no entanto, deixarmo-nos encurralar pelo medo, que pode descambar para o pânico que, dentre outros prejuízos, pode até mesmo, enfraquecer nosso sistema imunológico. Assim é que, quando o sentimento do medo nos atingir, devemos domá-lo, colocá-lo sob as rédeas da razão, de tal modo que não percamos o sentido da vida. Enquanto a virtude da prudência nos reveste de tranquilidade, o medo nos perturba.

Ao se manifestar aos discípulos, o Ressuscitado devolveu-lhes a paz e, em seguida, os questionou e comprovou que era Ele mesmo, o Cristo: “Ainda estavam falando, quando Jesus apareceu no meio deles e disse: ‘A paz esteja com vocês’. Espantados e cheios de medo, pensaram estar vendo um espírito. Então, Jesus disse: ‘Por que vocês estão perturbados, e por que o coração de vocês está cheio de dúvidas? Vejam minhas mãos e meus pés: sou eu mesmo. Toquem-me e vejam: um espírito não tem carne e ossos, como vocês podem ver que eu tenho” (Lc 24, 36-39).

No mês de maio, quando os valores da mulher são exortados, em especial aquelas que assumiram a missão materna, há de se invocar o exemplo de Maria, Mãe do Filho de Deus, permitindo que o Salvador habitasse entre nós. Enquanto Eva, movida pela soberba, pretendeu ser ‘como deusa’ (cf. Gn 3, 5), gerando o pecado original, Maria se ofereceu como ‘escrava do Senhor’ (cf. Lc 1, 38), assim resgatando a dignidade da mulher e a Salvação fosse oferecida a toda a humanidade.

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