O Cardeal Mário Grech, secretário-geral do Sínodo, em uma recente entrevista, afirmou que o Papa Francisco vem insistindo em várias ocasiões que “uma Igreja sinodal é uma Igreja caracterizada pela escuta: pela escuta mútua onde todos – fiéis, bispos e o bispo de Roma – aprendem uns com os outros; e sobretudo por uma escuta todos juntos do Espírito Santo”. É esta ideia-força que leva o papa a ampliar formas para incentivar uma participação efetiva de todos os batizados nos sínodos. Isto já aconteceu no sínodo sobre os jovens e no Sínodo sobre a Amazônia. De fato, a escuta e a participação dos jovens e dos povos indígenas tiveram um impacto crucial na preparação e realização de ambos. Para o sínodo próximo sobre a sinodalidade com mais razão ainda Papa Francisco propõe o envolvimento de todas as dioceses no processo de escuta do que o Espírito Santo está pedindo à Igreja de Cristo.
Outro aspecto importante é que o Papa Francisco ressalta em várias oportunidades que “a sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milênio”; e tem insistido no vínculo entre a sinodalidade e a missão de evangelização. A situação pandêmica tem destacado ainda mais o quanto é importante, como Igreja e como sociedade, “caminhar juntos” e assumir responsavelmente os laços que nos unem uns aos outros. O anúncio do próximo Sínodo sobre a sinodalidade está fecundado pelas dinâmicas sinodais que estão ocorrendo nas Igrejas locais, mesmo se em contextos vários e modalidades diferentes. A proposta da realização do sínodo visa promover e desenvolver aquele “estilo sinodal” que é constitutivo do ser igreja. De fato, ou somos “igreja sinodal”, isto é, povo de Deus que “caminha junto” ou então não somos a Igreja de Cristo.
Em seu discurso ao clero de Roma, em 18/setembro/2021, o Papa Francisco disse, em tom de brincadeira, mas com muita propriedade e profundidade, que ficará muito feio para a diocese do Papa – Roma – se ela não aderir com seriedade ao caminho proposto para a Igreja toda. Igualmente, acrescento eu, ficará muito feio para a nossa Arquidiocese de Belém se nós, não aderirmos com seriedade a todo o processo sinodal que estamos vivendo na preparação do primeiro sínodo arquidiocesano que culminará com as assembleias sinodais em junho do próximo ano. Muitas paróquias já realizaram suas assembleias, outras estão ainda realizando. Espera-se que até fevereiro do próximo ano também todas as regiões episcopais de nossa Arquidiocese já terão realizado suas assembleias como parte deste processo sinodal.
Continuemos rezando a “oração pelo sínodo arquidiocesano” em nossas comunidades para que a caminhada sinodal seja um marco importante na história de nossa igreja local.
“Ó Deus, nosso Pai, que enviastes para a vida do mundo o vosso Filho Jesus Cristo, Palavra de Vida, e nos chamais a acolhê-lo na fé, concedei-nos a graça de sermos discípulos missionários anunciadores da verdade do Evangelho em nossa Arquidiocese de Belém.
Na f idel idade a Jesus Cristo nosso Senhor, obedientes à vossa vontade, empenhamo-nos no serviço do vosso Reino, para que a nossa cidade se encha de alegria. Queremos também cuidar da Amazônia rica e bela para que seja sempre a casa de todos.
O vosso Espírito Santo ilumine e fortaleza nossa missão, para que a comunhão, dom da vida divina, cresça cada vez mais em nossa Igreja de Belém e sejamos testemunhas do vosso amor.
Ó Mãe e Virgem Maria, Senhora de Belém, intercedei por nós para vivermos a missão com alegria e perseverança. Amém”.