“O Papa Francisco convidou os fiéis do mundo inteiro a rezarem o terço, todos os dias de maio às 18h (hora de Roma), em ligação com 30 santuários marianos espalhados pelos cinco continentes. Um comunicado do Conselho pontifício para a Nova Evangelização informou que o próprio Papa Francisco participará pessoalmente, no primeiro e no último dia do mês de maio. E que serão os 30 santuários, representativos de todo o mundo católico, a conduzirem a recitação do terço, cada dia um santuário diferente. O tema desta maratona de oração é “De toda a Igreja subia incessantemente a oração a Deus”, para invocar o fim da pandemia. O comunicado acrescentou ainda que “esta iniciativa nasceu do desejo do Papa Francisco”, com o objetivo “de envolver de modo especial todos os outros santuários do mundo, para promoverem esta oração junto dos fiéis, das famílias e das comunidades” (cf. https://rr.sapo.pt/2021/04/21/religiao/papa-pede-maratona-de-oracao-contra-a-pandemia-em-maio/noticia/235553/).

Coincidentemente – melhor dizendo, “providencialmente” – a Arquidiocese de Belém, no dia 1º de maio próximo passado, elevou a paróquia Nossa Senhora da Conceição Aparecida a “Santuário” que, partir de agora passa a ser intitulado Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Conceição Aparecida.

Belas iniciativas!

E eu me pergunto: qual é o aspecto mais essencial da devoção mariana? Em outras palavras: Em que consiste ser verdadeiro devoto de Maria? Como expressar o amor filial à Nossa Senhora, Mãe de Cristo e nossa, já que ela é Mãe da Igreja? Tem sentido rezar o rosário, cada dia? E participar das “novenas” dedicadas à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, das Graças, de Guadalupe, e tantas outras mais faz sentido?

Certamente todas estas perguntas precisam ser respondidas satisfatoriamente. Mas neste espaço, agora, não é possível tratar de todas estas questões. Quero, contudo, fazer uma consideração que, me parece, é de extrema importância para a verdadeira devoção mariana. É uma experiência mística de Chiara Lubich, publicada pela editora Cidade Nova, no livro “Meditações”, página 49, com o título: “Porque quero revê-la em ti”. Ei-la:

“Entrei na igreja um dia e, com o coração cheio de confidência, perguntei a Ele: “Por que quiseste ficar na terra, em todos os pontos da Terra, na dulcíssima Eucaristia, e não encontraste um modo, Tu que és Deus, de trazer e deixar também Maria, a Mãe de todos nós que peregrinamos?” No silêncio, parecida responder: “Não a trouxe porque quero revê-la em ti. Mesmo que não sejais imaculados, o meu amor vos virginizará, e tu, vós, abrireis braços e corações de mães à humanidade, que, como outrora, tem sede de seu Deus e da Mãe Dele. A vós, ora, lenir as dores, as chagas, enxugar as lágrimas. Canta as ladainhas e procura espelhar-te nelas”.

Impressiona-me a expressão: “Não a trouxe porque quero revê-la em ti”. Tem sabor de uma revelação, de uma vocação, de uma missão. Oxalá todos nós possamos reviver as virtudes de Maria em tal intensidade que todos, ao ver-nos, revejam “Maria”, aquela que ao ouvir a vontade de Deus manifestada pelo anjo, responde prontamente: “Faça-se em mim segundo a Tua Palavra”.

Ave-Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. 

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