José Ribamar Monteiro, brilhante escritor, publicou mais um livro com o título, ‘Das Mercês’. José Ribamar é advogado, foi Promotor de Justiça, Juiz de Direito e hoje está aposentado.
José é pessoa simples, inteligente, caridosa e cursilhista ativo.
No 3º capítulo do livro Das Mercês, José Ribamar deu um testemunho que me impressionou. Em resumo ele escreveu:
Sempre que vou ao Comércio entro na Igreja das Mercês para rezar, refletir e meditar. Numa dessas idas à igreja, na entrada, foi gentilmente interpelado por uma senhora idosa que me disse:
– Moço bonito, dê uma ajuda a esta pobre velhinha.
Eu olhei com atenção. Na mão esquerda ela portava uma bengala. Num saco de pano, ela trazia os seus pertences.
Num gracejo eu lhe disse: “A senhora é muito generosa em me chamar de moço, pois creio ser mais velho do que a senhora”.
Em seguida, ela me pegou pela mão, gentil e delicadamente me convidou a irmos sentar num banco. Lá, com voz suave disse: “Há mais de 20 anos eu venho a esta Igreja. É daqui que tiro o meu sustento. Muitas pessoas me olham sem me ver. Alguns me dão ajuda sem me olhar. Nunca ninguém sentou para me ouvir”.
Eu me senti emocionado e lhe disse: “Pode continuar”.
A mendiga idosa disse: “Quando vi o senhor logo o reconheci e por isso o convidei para sentar. O senhor não avalia o quanto estou feliz por ser ouvida por alguém como o senhor”.
Em seguida ela disse: “Tive boa educação, mas também uma vida muito atribulada. Sou mãe solteira, perdi cedo a minha filha e o apoio da minha família. Desde então passei a viver só, de favor, na casa de uma amiga. Na porta desta igreja encontro paz, alegria e o dinheiro necessário para sobreviver”.
Depois eu lhe disse: “Eu sou José, e a senhora quem é?”
Ela respondeu: “Eu sou Maria das Mercês”.
Continuei ouvindo-a por um bom tempo. Por fim lhe uma ajuda e disse: “Hoje eu ganhei o dia e também sou feliz”.
Amigo cursilhista, lembra as palavras de Jesus: “Eu estava com fome e sede e tu me deste de comer e de beber. Por isso, vem bendito de meu Pai possuir o Reino dos Céus” – Mt 25, 31-46.
O que fizeres a um pobre o terás feito ao próprio Jesus.