Timidez e introversão

Em um mundo que não para de falar e que nos cobra expressão e exposição diárias, vale refletirmos sobre a situação dos tímidos, dos introvertidos, dos que não têm tantas habilidades sociais ou que enfrentam dificuldades para se mostrar e se expressar.
Inicialmente, ressaltamos que, apesar de as pessoas tímidas e as introvertidas possuírem comportamentos semelhantes, são realidades diferentes; a timidez é um sentimento de mal-estar e inadequação no contato com outras pessoas, tem a ver com o medo do julgamento social; já a introversão é uma característica de personalidade ligada à forma da pessoa se relacionar com o meio a sua volta. Ajuda notar que o antônimo de introversão é extroversão e o antônimo de timidez é desinibição.

A timidez “normal” pode ser situacional, se manifestando frente a situações específicas como diante de figuras de autoridade (professores, chefes, entrevistas de emprego), encontros românticos ou apresentações em público, as quais muitas vezes provocam reações em um ou em todos os seguintes níveis: cognitivos (pensamentos negativos), afetivos (medo da humilhação) e fisiológico (frio na barriga e até mesmo distúrbios intestinais), ou comportamental (perder a fala), por isso a importância do autoconhecimento, para saber exatamente como reagir e gerenciar as respostas e os sentimentos.

Mas há também as vantagens que os tímidos podem ter e proporcionar, como por exemplo:
1) Pensar antes de agir, com uma boa capacidade de análise e reflexão; são pessoas pouco impulsivas, o que é positivo, pessoal e profissionalmente;

2) Capacidade de observação, concentração e foco: atentos aos detalhes o que amplia a eficiência nas comunicações. Os tímidos conseguem desempenhar suas tarefas com um nível de concentração maior e buscam antecipar todos os possíveis problemas;

3) Ser bom ouvinte: a pessoa tímida não é uma pessoa distante e revelam, nas interações sociais, atenção e serenidade, o que transmite um grande conforto emocional ao interlocutor.

A timidez passa a ser um problema sério a partir do momento em que a pessoa não consegue viver normalmente e os casos mais graves são chamados de fobia social que pode afetar os relacionamentos, o trabalho ou os estudos. A Fobia Social, muitas vezes, leva o paciente a um grau de isolamento, evasão e solidão muito mais generalizada. Sem acompanhamento, vítimas dessa fobia podem buscar refúgio na bebida, em calmantes e outras drogas. Praticar o autoconhecimento e pedir ajuda, se necessário, são atitudes importantes! Fique bem!

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