Um caminho de reconciliação

O cartaz da SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE CRISTÃ deste ano 2024, com suas duas partes, uma marrom escuro e outra marrom claro, separadas por um caminho vermelho, com o curativo no centro, está nos dizendo uma mensagem clara: precisamos encontrar caminhos de reconciliação. A indagação: “De quem eu me faço próximo?” e a afirmação do maior mandamento: “Amarás o Senhor Deus e ao próximo como a ti mesmo”, oferece uma profunda lição sobre a essência do amor e da proximidade humana.

A dualidade de cores representa as divisões humanas – seja por crenças, etnias, classes sociais ou políticas. O caminho vermelho, marcado pelo sangue dos mártires, nos lembra das inúmeras vidas sacrificadas na busca por justiça, amor e verdade. Este caminho não é apenas uma lembrança dos sacrifícios passados, mas também um convite à ação presente: sermos agentes de reconciliação e amor.

O curativo, posicionado estrategicamente sobre o caminho, simboliza a cura e a reconciliação possíveis entre os divididos. Ele nos lembra de que, apesar das feridas profundas que nos separam, há sempre espaço para a cura através do amor e do perdão. Este símbolo é um chamado à ação para cada um de nós: sermos construtores de pontes, não de muros.

A pergunta “De quem eu me faço próximo?” é um convite à reflexão sobre nossa responsabilidade em estender a mão aos outros, especialmente àqueles marginalizados e esquecidos pela sociedade. Ela nos desafia a olhar além das nossas bolhas sociais e confortos pessoais, incentivando-nos a reconhecer a humanidade compartilhada com todos os seres.

O mandamento “Amarás o Senhor Deus e ao próximo como a ti mesmo” é o alicerce sobre o qual toda a reflexão se apoia. Este não é apenas um princípio religioso, mas uma verdade universal sobre a necessidade de amor incondicional e compaixão ativa. Amar a Deus se manifesta também no amor ao próximo, uma vez que reconhecemos o divino em cada pessoa.

As lições mais importantes desta imagem e mensagem são claras: a necessidade de buscar a reconciliação com aqueles de quem nos separamos, a importância de agir com compaixão e amor incondicional, e o chamado para sermos próximos de todos, especialmente dos mais vulneráveis. Estas lições, se vividas plenamente, têm o poder de transformar não apenas indivíduos, mas toda a sociedade, conduzindo-nos por um caminho de cura, paz e unidade. A imagem e suas palavras nos convidam a uma jornada de reflexão e ação. Ela nos desafia a questionar nossas próprias atitudes e a nos esforçarmos para sermos instrumentos de amor e reconciliação em um mundo fragmentado. Que possamos aceitar esse desafio com coragem e esperança, reconhecendo que, no fim, somos todos caminhantes no mesmo caminho rumo à casa do nosso Pai celeste.

Colunistas