Hoje procurarei ver o que se diz – espero que dê para ver tudo – no pequeno grande livro aí do título, a respeito de dom Hélder Câmara, sobre quem ultimamente venho falando.
Relembrando: a obra assim por mim chamada aí em cima intitula-se “O monge e o pastor – diálogos para o mundo melhor, editora Objetiva, primeira edição, Rio de Janeiro, setembro de 2020 – consta de 27 cartas, 14 do monge beneditino Marcelo Barros e 13 do pastor batista Henrique Vieira, intercambiadas por email durante a quarentena a que todos submetidos devido à pandemia do Covid 19. Essa correspondência vai de 04 a 21 de maio de 2020. Chamo o livro de pequeno por ele ser um pouco maior que um livro de bolso e ter apenas 175 páginas, e grande devido à importância de seu conteúdo.
Sem mais, ao que escreve Marcelo Barros sobre Dom Hélder a Henrique Vieira na carta de seis de maio de 2020, uma quarta feira.
Nela ele chama dom Hélder de “Meu querido mestre” e diz que o conheceu de perto e com ele trabalhou como secretário para ecumenismo e relações com as outras religiões, acrescentando que Dom Hélder sempre lhe deu a impressão de saber conjugar bem uma vida de muitos compromissos sociais com a disciplina de certa solidão interior. Todos os dias ele acordava de madrugada – não porque não tivesse sono – porque queria, em oração diante de Deus, rever o dia que passara e se preparar espiritualmente para o que começava. Sobre isso escreve Dom Hélder: “O que seria de mim sem a Vigília? […] A experiência ensina que, apesar das melhores resoluções e dos mais decisivos apelos de unidade, podemos acabar o dia esquartejados, de vez que nossos pedaços foram ficando aqui e ali, enquanto as horas passavam. Sem perder a serenidade e a paz […] tentemos salvar a unidade antes de dormir. Se ela não se recompõe, tenhamos a segurança de dormir tranquilos e aproveitemos a vigília na madrugada e a celebração (da Santa Missa) para o reencontro.” (Apud Zildo Rocha. “papel da Vigília na espiritualidade de Dom Hélder. “In irmão dos pobres e meu irmão. Presença de Dom Hélder em minha vida” . Recife: edição do autor. 2019. Fiquemos por aqui: na próxima edição de Miscelânea continuaremos a falar sobre Dom Helder.
Shalom!