Continuando a série de artigos cujo objetivo passar para o leitor o encontrável sobre Dom Hélder Câmara no livrinho “o monge e o pastor”, de autoria conjunta do monge beneditino Marcelo Barros e do pastor batista Henrique Vieira, para ser mais preciso, 27 cartas trocadas entre os dois via e-mail durante a pandemia que aina não se foi, hoje apreciaremos o que diz sobre ele Henrique Vieira na carta de seis de maio de 2020, em resposta à de Marcelo Barros, vista aqui na edição passada. Sua carta começa assim: “em primeiro lugar, fiquei impressionado com a afirmação de que você conheceu e caminhou ao lado de dom Hélder Câmara”. Segue-se um pedido: “por favor, me fale mais dele”. Depois do que revela como ele e sua comunidade conheceram dom Hélder: atravessados pelas injustiças do mundo, queriam envolvimento com a causa social e tinham desejos de diálogos inter-religiosos. Foi assim que estudaram a vida de dom Hélder. Assistiram ao documentário “o santo rebelde, que fala de sua história. Dom Hélder, escreve ele, “simboliza para mim (e para nós) o Evangelho simples e libertador de Jesus, comprometido radicalmente com os pobres”. Conta que, recentemente, esteve em Recife e pôde visitar o local onde dom Hélder (como bispo) viveu grande parte de sua vida e veio a falecer. Diz que olhou para cada canto daquela casa tentando imaginar dom Hélder ali, em seu cotidiano, escrevendo cartas, fazendo suas refeições, desfrutando de seus momentos de oração, e confessa: “ como queria dar um abraço nele! Quando eu chegar ao céu – vilarejo autopia, eucaristia universal, reino da brincadeira sem fim … -, ele será uma das primeiras pessoas a quem vou procurar! Pensar em dom Hélder acalma meu coração”. Suas últimas palavras sobre dom Hélder nessa carta: … “dom Hélder é referência para mim e para minha igreja, de um cristianismo com jeito de Cristo. Que alegria você tê-lo conhecido, meu irmão”!
De minha parte é só por hoje. Espero que o depoimento acima seja de alguma forma útil ao leitor. Shalom!