Um pequeno grande livro (16)

Comunidade beneditina em oração
Comunidade beneditina em oração

 

Nesta edição de “Miscelânea” continuaremos a ver o que se diz em “O monge e o pastor” sobre espiritualidade.

Na carta de 17 de maio de 2020, do monge Marcelo Barros ao pastor Henrique Vieira, escreve Marcelo:

“Atualmente aprendo com a teologia mais aberta que a espiritualidade é a energia interior de amor e comunhão que existe em todos nós e que também pode ser vivida socialmente. As religiões e tradições espirituais reconhecem que essa energia é um dom divino e “diviniza” o ser humano.”

E continua:

“Passei a maior parte da vida em comunidade de monges que creem que podemos desenvolver a espiritualidade por meio de exercícios de centivação interior, silêncio e relação com o divino que há dentro e fora  de nós. Esses caminhos são validos e úteis, principalmente em uma sociedade superficial como a nossa. Entretanto, fui mais tocado pela revelação bíblica e creio que esta nos ensina que o melhor caminho para o cultivo da espiritualidade é a solidariedade. Só na face do outro podemos reconhecer a presença divina.”

E concluí: “No ato concreto do amor solidário e transformador nos convertemos e nos divinizamos. Se Deus é amor, ou seja, solidariedade, o caminho para ele também tem de ser esse.”

Já Henrique Vieira, na carta de 18 de maio de 2020, uma segunda – feira, escreve a Marcelo Barros:

…”Espiritualidade é a abertura do mistério da vida. Abertura ao Sagrado que em tudo habita. É uma pulsão que nos sensibiliza diante da magnitude do universo, da natureza e do ser humano. E também uma busca permanente por plenitude e reinvenção.

Na mesma carta, mais adiante: “a espiritualidade é também busca pelo próximo, gera empatia e comunhão, e tem como resultado a solidariedade. Não se fecha em dogmas ou doutrinas mas namora as perguntas, acolhe o desamparo, aposta na bondade e abre novos horizontes. Ela conserva a essência do amor, mas rompe com todas as normas que o impedem de ser expressar.”

Na próxima edição de “Miscelânea, voltarei ao assunto, pois ainda há muito que se ver sobre ele na obra que estamos estudando.

Shalom! 

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