Solenidade da Santíssima Trindade! “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”

 

Celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade! “Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. Assim fomos acolhidos na Igreja! Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém”. Assim iniciamos nosso dia, nossas celebrações litúrgicas e nossas orações! “Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo, como era no princípio, agora e sempre. Amém”. Assim damos glória à Santíssima Trindade em orações litúrgicas e pessoais! Na Liturgia da Missa, assim concluímos grande parte das orações: “Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus, e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém! E ao final da celebração eucarística, partimos para nossas atividades ouvindo “Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo. Amém”. Nossa fé professa que Deus é uno e trino, um só Deus em três pessoas, e a Igreja não se cansa de colocar em nossa boca e nossos ouvidos esta realidade, na qual fomos mergulhados no alvorecer de nossa vida cristã.

Não se trata apenas de uma fórmula repetida tantas vezes, mas da realidade profunda e atual de nossa vida. E diante de nosso mundo tão fragmentado, com pessoas solitárias em meio de multidões, desejamos reafirmar nossa vocação de viver em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, a melhor e fundante comunidade. Dela nascemos, nela vivemos e para ela caminhamos.

Nosso Plano Arquidiocesano de Pastoral (Número 5), assim afirma: “Em resposta ao anúncio de Jesus Cristo a todos os homens, a Igreja abre suas portas para acolhê-los em seu seio, fazendo-os participar da vida divina, através do batismo, para transformá-los à imagem de Jesus Cristo. O Batismo é o fundamento de toda a vida cristã. É o primeiro dos Sacramentos, porque é a porta que permite a Cristo Senhor habitar na pessoa e, a ela, por sua vez, imergir no seu Mistério (cf. Catecismo da Igreja Católica 1214). A vida cristã, por sua natureza, é a vida que provém do próprio Cristo. De fato, somos cristãos na medida em que deixamos Jesus Cristo viver em nós. Quem crê em Cristo é imerso na própria vida da Trindade (cf. Mt 28,19). Imergindo em Cristo, o Batismo torna a pessoa membro do seu Corpo, que é a Igreja, e participante da sua missão no mundo. O Batismo permite que Cristo viva em nós e a nós que vivamos unidos a ele, para colaborar na Igreja, cada um segundo a própria condição, para a transformação do mundo. Uma vez que o Batismo “cristifica” a pessoa, quem o recebeu deve receber, por meio da Igreja, os meios necessários para corresponder ao dom de assemelhar-se a Cristo, de modo que, a Igreja de Belém, centrará atenção especial à formação sacramental e espiritual dos fiéis em suas comunidades paroquiais, áreas missionárias e junto aos seus agentes pastorais, através de seu múnus de santificar, por meio das celebrações da fé cristã, bem como formações específicas, levando em conta a vocação de cada pessoa, ajudando a viver como cristão, um processo que se desenvolverá durante a vida inteira. Com efeito, a vida cristã é tecida com uma série de chamados e respostas: Deus continua a pronunciar o nosso nome ao longo dos anos, fazendo ressoar de muitas maneiras seu chamado a nos conformarmos com o seu Filho Jesus”.

Diante de tal proposta, que alcança o infinito, podemos encontrar alguns caminhos a serem percorridos nos vários níveis de vida comunitária na Igreja. E começamos pela família, onde a paternidade, a maternidade, e filiação e fraternidade podem espelhar-se na Trindade Santa. Deus é família e não solidão! Valorizar os laços familiares, redescobri-los quando estão fragilizados e dedicar tempo e afeto a eles é possibilidade de viver na terra realidades do Céu! Por outro lado, o pátrio poder, próprio da família, não é relação de propriedade, mas custódia de valores e referência para a unidade da família. Continuamente, esposo, esposa e filhos estejam atentos a purificar seu modo de agir e amar, olhando para a Santíssima Trindade.
Da família até outras formas de vida comunitária, há um valor que não pode ser esquecido. Trata-se da importância de cada pessoa, a ser respeitada efetivamente. É bonito saber e praticar tal atenção e cada um, o que nos leva a rever todas as relações nas quais transpareça ou efetivamente se realizem atitudes de desrespeito, imposição, escravidão ou atitudes semelhantes.

Depois, nossa vida se realiza em sociedade, na qual podemos e devemos almejar relações adequadas de cidadania, solidariedade e participação, já que homem algum é uma ilha! Não nos cansamos de insistir num dos princípios da Doutrina Social da Igreja, o Bem Comum, a ser buscado com dedicação e insistência, no cuidado com nossa Casa Comum. E não é difícil perceber o quanto os que professam a fé na Santíssima Trindade podem dar alma à própria sociedade. As atitudes que expressam cidadania podem ganhar sentido mais alto quando os cristãos as assumem em nome de Deus e para glorificá-lo!

E chegamos à Igreja, nossa casa, nossa comunidade. Optar por viver em comunidade é passo a ser dado por todos nós. Da pequena Comunidade Eclesial Missionária, até chegar à Paróquia, nas relações de vizinhança, partilha, oração, formação e vivência da Palavra de Deus, está é uma das realidades mais expressivas, ajudando as pessoas a superarem o isolamento e suas consequências. Se hoje muitas vezes as pessoas residem em conjuntos residenciais ou condomínios de todos os modelos existentes, nasça um desejo de conhecimento, envolvimento e respeito a todos. Não é raro encontrar pessoas que passam anos sem se deixarem conhecer ou não serem procuradas pelos vizinhos. Na Solenidade da Santíssima Trindade, sejam valorizados os esforços de muitas pessoas que, com espírito apostólico, começam a identificar tais situações para superar os problemas. E os grupos que se formam, como na preparação do Círio de Nazaré e outras festividades, podem ser instrumentos preciosos para irem, em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo ao encontro de todos, sobretudo os mais pobres, isolados, deprimidos, doentes e sofredores de todo tipo.
Agora, como somos chamados a fazer todos os domingos, vamos à Missa, expressão maior da vida de Comunhão na Igreja, reunidos para a Palavra e para a Eucaristia, feitos um só corpo com Cristo, na unidade com o Pai e o Espírito Santo. Ali, a plena unidade da Igreja se realiza e se transforma em missão, para irmos ao mundo, como enviados em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo!

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