Você está acumulando?

Iniciamos o terceiro trimestre de 2021 e já, já chegaremos ao final desse ano tão desafiador para todos nós. Um ano em que, por muitas vezes, acompanhei pessoas que refletiram, se questionaram e se revisaram quanto ao tanto de coisas (sapatos, bolsas, panelas, roupas, etc.) que estavam guardadas/acumuladas em suas casas. Todos nós guardamos objetos e coisas, por necessidade ou como lembrança e está tudo bem quando o que guardamos está associado a um afeto… Mas, o que leva uma pessoa a acumular coisas inúteis e a adotar um comportamento acumulador?

Estamos falando da acumulação compulsiva ou disposofobia (fobia em dispor das coisas), a qual se refere a adquirir ou recolher (do lixo, por exemplo) objetos de pouca ou nenhuma utilidade e, ainda, da incapacidade para descartá-las. Juntar grande quantidade de coisas, em desordem, ocupando grandes espaços e tornando o ambiente insalubre é característico dos acumuladores compulsivos, geralmente um comportamento angustiante para familiares, vizinhos, amigos e também para a própria pessoa acumuladora, que sente vergonha e fica frustrada consigo mesma. Na pessoa acumuladora também podem surgir sentimentos e condutas prejudiciais como desânimo, descaso com higiene pessoal e do ambiente, dentre outros, sendo importante uma avaliação profissional visando entender as motivações e apoiar para recuperação da saúde.

Agora, além de coisas e objetos, temos pessoas acumulando mágoas e sentimentos ruins, o que também é prejudicial à saúde, visto que nosso organismo não foi feito para acumular e, tanto o corpo quanto a mente vão pesando, enquanto acumulamos; uma hora a “panela de pressão” transborda, buscando aliviar o sofrimento, causando também sofrimento às pessoas próximas. Os sentimentos ruins podem ser frutos de expectativas frustradas em relação a pessoas ou situações, as quais, sem conseguirmos elaborar bemou falar sobre, vão se solidificando em nós, dentro de nós, causando mais sofrimento, angústia e dor. A equação é lógica: sentimentos reprimidos, acumulados = saúde em perigo, pois, de acordo com a intensidade desses processos, pode haver interferência na atividade cerebral, além de impactos na saúde relacional, física e emocional.

Fica, então, o convite para limpar a mente de ecos de emoções passadas e dar espaço a novas emoções; para colocar as emoções em ordem e descartar aquelas que não são mais necessárias e não merecem ser sentidas/ressentidas e, por fim, para falar sobre os sentimentos, extravasar, colocar para fora, partilhar com um amigo, mentor ou procurar ajuda profissional.

Fique bem!

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