Com informações Vatican News. “Que Nossa Senhora nos ajude a compreender quais são os verdadeiros bens da vida, aqueles que permanecem para sempre.”
Refletindo sobre a página do Evangelho do dia, Francisco destacou a passagem em Lc 12,13 em que um homem dirige um pedido a Jesus: “Mestre, dize a meu irmão que reparta comigo a herança”. É uma situação muito comum, problemas semelhantes ainda são atuais: quantos irmãos e irmãs, quantos membros da mesma família infelizmente brigam, e talvez não falem mais um com o outro, por causa da herança! – frisou.
O Pontífice observou que Jesus, respondendo a este homem, não entra em detalhes, mas vai à raiz das divisões causadas pela posse das coisas, e diz: “Precavei-vos cuidadosamente de qualquer cupidez”.
O que é a cobiça? É a ganância desenfreada pelos bens, o querer sempre enriquecer-se. É uma doença que destrói as pessoas, porque a fome de posses gera dependência. Sobretudo aquele que tem tanto nunca se dá por satisfeito: sempre quer mais, e somente para si mesmo. Mas desta forma não é mais livre: é apegado, escravo daquilo que paradoxalmente deveria servir-lhe para viver livre e sereno. Em vez de servir-se do dinheiro, se torna servo do dinheiro. Mas a ganância é uma doença perigosa também para a sociedade: por causa dela chegamos hoje a outros paradoxos, a uma injustiça como nunca antes na história, onde poucos têm muito e muitos têm pouco ou nada. Pensemos também nas guerras e conflitos: o anseio por recursos e riqueza está quase sempre envolvido. Quantos interesses estão por trás de uma guerra! Certamente, um deles é o comércio de armas. Este comércio é um escândalo ao qual não devemos e não podemos nos resignar.
DESAPEGO
Como está meu desapego dos bens, das riquezas? Eu me queixo do que me falta ou sei dar-me por satisfeito com o que tenho? Sou tentado, em nome do dinheiro e das oportunidades, a sacrificar as relações e o tempo para os outros? E mais ainda, me ocorre sacrificar a legalidade e a honestidade no altar da ganância? Eu digo “altar” porque bens materiais, dinheiro, riquezas podem se tornar um culto, uma verdadeira idolatria. Portanto, Jesus nos a. Então – podemos pensar – não se pode desejar ser rico? O Pontífice respondeu: é claro que se pode, de fato, é justo desejá-lo, é bom se tornar rico, mas rico segundo Deus! Deus é o mais rico de todos: é rico em compaixão, em misericórdia. Sua riqueza não empobrece ninguém, não cria brigas e divisões. É uma riqueza que ama dar, distribuir, compartilhar.
Irmãos, irmãs, acumular bens materiais não é suficiente para viver bem, porque – diz Jesus novamente – a vida não depende do que se possui. Em vez disso, depende de bons relacionamentos: com Deus, com os outros, e também com aqueles que têm menos.