Festividade de Santa Maria de Belém na Cidade Velha

Fotos: Divulgação e Luiz Estumano.
 
A Catedral Metropolitana de Belém promove festividade em honra a Santa Maria de Belém, padroeira da cidade e da Arquidiocese, com o tema “Maria de Belém, Estrela da Evangelização”, no período de 25 de agosto a 01 de setembro com programação litúrgica e cultural.

Em preparação para festividade 2019 estão ocorrendo as peregrinações da Imagem de Santa Maria de Belém junto a comunidade da Arquidiocese. No período de 16 a 18 de agosto, a Imagem visitou um shopping da cidade, localizado na Av. Padre Eutíquio, encerrando sua passagem com celebração eucarística realizada no último domingo, 18, presidida pelo cônego Roberto Cavalli Jr., cura da Sé.

Na quarta-feira, 21, a Imagem de Santa Maria de Belém visitou a Fundação Nazaré de Comunicação. Na ocasião o cônego Roberto Cavalli Jr., cura da Sé, presidiu celebração eucarística aos colaboradores. No mesmo dia a Imagem peregrinou na Basílica Santuário de Nazaré.

No dia 23 (sexta-feira) será realizado o jantar da festividade, às 20h, no salão dos pontificais, na Catedral, com música ao vivo.

A programação da festa inicia no dia 25 (domingo), às 8h, com carreata de Santa Maria de Belém, com concentração em frente a Catedral. À noite, às 18h, haverá a benção e abertura do Arraial, oração do terço mariano e às 19h a Missa de Abertura da Festividade.

 
Imagem de Santa Maria de Belém visitou a Fundação Nazaré de Comunicação.
 
No dia 26 de agosto, a partir de 18h, haverá Santo Terço seguido de novena. Às 19h, Dom Teodoro Mendes, Bispo da Diocese de Pontas Pedras, preside celebração eucarística. E na terça-feira, 27, a Santa Missa, às 19h, será presidida por Dom Frei Cláudio Hummes, OFM.

Todas as noites durante a festividade terá arraial com venda de comidas típicas e apresentação de atrações musicais.

As atividades do dia 28 também seguirão com a oração do terço mariano, novena e Santa Missa com a presidência de Dom Carlos Verzeletti, Bispo da Diocese de Castanhal. Nos dias 29, 30 e 31 de agosto as celebrações serão às 19h.

No dia 1º de setembro, Solenidade de Santa Maria de Belém, a programação se intensifica: às 7h – Missa Solene presidida pelo padre João Paulo Dantas, vigário da Catedral de Belém; 9h – Missa Solene presidida pelo cônego Roberto Cavalli Jr.; 17h – II Vésperas Solene – Te Deum (Cabido Metropolitano); 18h – Pontifical Solene – Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano de Belém e às 19h procissão luminosa.

Padroeira da Arquidiocese de Belém do Pará

A desconhecida Belém de Judá, pequena aldeia no tempo de Cristo, tornou-se famosa em todo o mundo por ter sido o berço do Salvador, iniciando-se ali uma nova era para a humanidade.

Apesar de a Judéia ser um estado vassalo de Roma na época de Herodes, somente após a queda de Jerusalém, no ano 70, ela passou a fazer parte do Império Romano. O imperador Constantino, convertido ao cristianismo, mandou edificar no ano 330, sobre a gruta da Natividade, uma basílica, cujos belos mosaicos representando os antepassados de Jesus e os profetas que anunciaram o seu nascimento a celebrizaram como um dos principais monumentos artísticos da Cristandade.

Havia no templo uma imagem bizantina da Virgem Santíssima, que se tornou conhecida com o título de Santa Maria de Belém. Seu culto se espalhou pela Europa, chegando a Portugal através de religiosos e peregrinos que estiveram na Terra Santa.

No início do século XV, o infante Dom Henrique, fundador da Escola de Sagres e grande incentivador das navegações portuguesas, mandou construir na praia do Restelo, em Lisboa, uma igreja dedicada àquela invocação. Dizia ele que, assim como a estrela de Belém guiou os Reis Magos até a manjedoura onde se encontrava o Menino Deus, assim também a Senhora de Belém ajudaria a encontrar novas terras e o caminho para as Índias.

Foi ali, na pequena ermida do Restelo, que Vasco da Gama, antes de seguir à procura das Índias em 1497, passou a noite em oração e assistiu à Santa Missa. O Gama conseguiu êxito completo em sua arriscada travessia marítima, chegando são e salvo à lendária Calicut, onde foi recebido pelo Samorim. Em agradecimento à proteção da Soberana dos Mares, el-rei Dom Manuel transformou a humilde capela de Santa Maria de Belém no suntuoso mosteiro conhecido atualmente como “Os Jerônimos”, uma das obras-primas da arquitetura manuelina.

Desde então as grandes expedições marítimas eram precedidas de solene cerimônia religiosa na magnífica igreja da Protetora dos Navegantes. Pedro Álvares Cabral, antes de iniciar sua viagem de descobrimento, ali assistiu à Santa Missa e seguiu como rei em procissão até o cais, onde a frota, pronta para zarpar, salvou com entusiasmo seu soberano e seu comandante.

Trazida para o Brasil pelos primeiros povoadores, esta invocação da Mãe de Deus teve muitos devotos em todo o território nacional, principalmente em Itatiba (SP) e Belém do Pará, que lhe dedicaram suas paróquias.
No Natal de 1615 o capitão-mor Francisco Caldeira Castelo Branco partiu de São Luís do Maranhão com três navios e 150 homens, para ocupar o Amazonas. Em janeiro desembarcou na foz daquele rio, na formosa baía do Guajará, onde ergueu o Forte do Presépio, fundando uma povoação que mais tarde recebeu o nome de Santa Maria de Belém do Grão-Pará.

Alguns anos depois, Castelo Branco entrou em conflito com a tropa e, devido à violência com que tratou seus oficiais, foi preso, demitido do cargo de capitão-mor e levado para Portugal. Os indígenas aproveitaram-se da desunião entre os conquistadores, cercaram a vila e nela penetraram matando velhos, mulheres e crianças. O historiador sacro Frei Agostinho de Santa Maria, em seu livro publicado em 1722, afirmava que o nome de Nossa Senhora de Belém teria sido dado à Padroeira da cidade “em memória dos Santos Inocentes que em Belém foram degolados por amor a Jesus, a quem Herodes também pretendia matar”.

Na capital paraense os festejos da Protetora se realizam a 1º de setembro, na Sé que durante muito tempo esteve sob o orago de Nossa Senhora da Graça. Somente em fins do século passado, devido a uma promessa feita pelo Bispo Dom Macedo Costa, a Catedral foi entregue a Santa Maria de Belém numa cerimônia solene, perpetuada em artísticos painéis na abóbada do templo.

Na fachada daquela igreja, uma das mais belas do Brasil Colonial, inspirada na arquitetura oficial da corte de Lisboa na época de Dom João V, pode-se admirar uma enorme efígie da Virgem Maria com o Menino Jesus já grandinho, sentado em seu colo e abraçando sua Mãe. Sobre o altar-mor, além de bonita imagem semelhante à da fachada, existe uma grande tela, executada por pintor português, representando o presépio de Belém, como recordação do nome dado ao forte, do qual se originou a pitoresca cidade das mangueiras. Entretanto, a tradicional escultura barroca da Padroeira, que antigamente se encontrava em rico altar de talha aperolada e dourada, está atualmente, segundo informação do escritor Leandro Tocantins, quase escondida em modesta peanha na ante-sala da sacristia, de onde sai apenas para as procissões organizadas em sua honra.
Viajando à procura do rio-mar, o capitão Francisco Caldeira Castelo Branco, guiado pela estrela do Natal, chegou ao local predestinado a ser o berço da civilização luso-brasileira no extremo norte do Brasil, a cidade de Santa Maria de Belém do Grão-Pará, porta de entrada da fabulosa Amazônia.

ICONOGRAFIA:

Existem várias representações da Senhora de Belém. Em Lisboa, na capela dos Jerônimos, Ela aparece com José e o Menino Jesus de pé entre seus pais, usando roupas bordadas. O Divino Infante aparenta uma criança de mais de um ano, pois está de pé. Segundo alguns historiadores Ele teria esta idade quando aconteceu o episódio da Matança dos Inocentes e da Fuga para o Egito.

As imagens de Nossa Senhora de Belém, existentes na fachada e no altar-mor da Sé paraense, representam Maria de pé com o Menino Deus já grandinho, sentado em seu colo e abraçando sua mãe. Já a colocada no mesmo altar mostra São José e Nossa Senhora reclinados sobre a manjedoura, onde repousa Jesus recém-nascido. Acreditamos que esta tela seja mais uma lembrança do Presépio, devido ao nome dado ao forte, do qual se originou a cidade.

Serviço:

Festividade Santa Maria de Belém
Período: 25 de agosto a 1º de setembro de 2019
Local: Catedral Metropolitana de Belém
Praça Frei Caetano Brandão
Mais informações: acesse o site da Catedral de Belém e as redes sociais.

 
 

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