Foto: Divulgação. |
A motivação, porém, parte de u m a p e q u e – na comunidade, a de Pantelleria, indignada pelo fechamento da unidade neonatal do hospital. Desde o início de março, as grávidas estão sendo obrigadas a dar à luz longe da cidade natal. Para Dom Domenico Mogavero, o badalar festivo dos sinos será sinal de acolhimento e proximidade às famílias neste momento de alegria do nascimento de um filho. O bispo de Mazara del Vallo, Dom Domenico Mogavero, aprovou a proposta de tocar os sinos da Igreja Matriz do Santíssimo Salvador da pequena comunidade de Pantelleria a cada nascimento de uma criança, que aconteça na própria ilha com quase 8 mil habitantes ou nas cidades de Trapani e Mazara del Vallo, as mais próximas pelos portos que fazem conexão direta com o resto da região da Sicília. Atualmente, como descreve a diocese local, foi fechada a unidade de neonatologia do Hospital Bernardo Nagar e as futuras mães devem sair da ilha pra dar à luz. GESTO SIMPLES, MAS REVOLUCIONÁRIO PARA PANTELLERIA A ideia de tocar os sinos para acolher as novas crianças da comunidade partiu de um cidadão local, Giuseppe La Francesca, que escreveu ao bispo. Na carta, ele justificou que “o toque dos sinos para cada nascimento pode ser considerado, neste período, um gesto simples e ao mesmo tempo revolucionário, mas que, estou certo, vai contaminar com um sorriso a nossa comunidade na ilha”. Giuseppe escreveu ainda que pode ser “um sinal de acolhimento e de proximidade às famílias neste período em que as felicitações e as congratulações são enviadas de maneira ‘fria’ através do telefone”. O bispo se mostrou logo de acordo com a proposta e conversou com os Padres Missionários do Preciosíssimo Sangue, que atualmente animam a comunidade local de Pantelleria. Dom Domenico disse que “é uma iniciativa muito significativa”, sobretudo pela atual situação: “se em outros locais os nascimentos são um evento de rotina, em Pantelleria não. Então, é bonito comemorá-los com badaladas alegres dos sinos”, finalizou o bispo. Há semanas o governo local solicita à região da Sicília que a maternidade do hospital permaneça ativa, inclusive para evitar o risco de contágio das gestantes de Pantelleria – ilha com nenhuma pessoa testada positiva para o Covid-19 –, que são obrigadas a se transferir a Trapani ou a Palermo para dar seguimento à gestação. A LUTA DAS FUTURAS MÃES Em luta contra o fechamento da unidade neonatal, desde o dia 2 de março, inclusive as futuras mães. Em vídeo publicado no grupo do Facebook “Pantelleria quer nascer” no último sábado (18), Laura Garsia, 28 anos, diretamente de um navio, registra o seu testemunho sobre a necessidade de ter que se deslocar a outra cidade para poder encaminhar a gravidez, já na 37ª semana. Em casa, em Pantelleria, ficaram o marido e a filha Rebecca, de 5 anos, que não vão poder compartilhar a alegria do momento. Uma petição online intitulada #PeloMeuPartoEuNãoParto e idealizada pela própria comunidade está recolhendo assinaturas para pressionar, com as medidas de segurança e de saúde garantidas às pacientes, a reabertura da unidade neonatal do Hospital Bernardo Nagar de Pantelleria. |
A cada nascimento, sinos vão tocar em cidade do interior da Sicília
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