Desta vez, além do aprofundamento do Tema Central “Igreja Sinodal – Comunhão, Participação e Missão”, propostas e indicações para a elaboração das próximas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE) serão feitas na etapa presencial da 59ª AG CNBB rumo à consolidação na 60ª Assembleia Geral da CNBB, em 2023.
Primeira escuta
Trata-se da continuidade de um processo de escuta, que foi iniciado na primeira fase da 59ª AG CNBB, realizada em formato online, em abril deste ano, com os 19 regionais da CNBB sobre a atualização das DGAE (2019-2023) à luz do processo do Sínodo 2023.
Da escuta, segundo o arcebispo de Santa Maria (RS) e presidente da Comissão do Tema Central, dom Leomar Antônio Brustolin, surgiu a necessidade de uma reflexão sobre o tempo pandêmico e o futuro pós-pandêmico que permita, em perspectiva multidisciplinar, integrar tais aspectos nas futuras DGAE.
“Houve destaque para os temas: ministerialidade e conselhos que permitem à Igreja, no território nacional, renovar suas estruturas para melhor evangelizar e valorizar serviços e ministérios laicais reconhecidos e instituídos (catequista, leitores e acólitos)”, salientou.
Agora, nesta segunda fase da Assembleia, a partir da síntese das respostas de todos os regionais, a Comissão do Tema Central pretende dar continuidade ao processo de escuta envolvendo também os Organismos do Povo de Deus. Para isso duas questões foram enviadas previamente aos bispos: uma sobre a recepção das atuais Diretrizes nas arquidioceses e dioceses; e a outra diz respeito às considerações importantes para as futuras DGAE.
Passos na 59ª AG CNBB
Dom Leomar explica que toda a discussão se desenrolará em três sessões durante a etapa presencial da Assembleia. Na primeira será apresentada ao episcopado a proposta de um processo sinodal para escuta e discernimento sobre o momento atual. Após essa fase, os bispos pensarão numa proposta de Diretrizes, considerando as atuais, pois da primeira escuta aos regionais o episcopado brasileiro “reconheceu que as indicações favorecem o espírito e o processo sinodal na Conferência Episcopal”.
“Há o entendimento por parte dos bispos de que o prazo de vigência das DGAE pode ser maior, permitindo que as Igrejas Particulares possam melhor assimilar suas indicações e que a própria CNBB conjugue as suas várias iniciativas pastorais”, diz dom Leomar.
Também durante a primeira sessão será aprofundada a identidade e característica das Comunidades Eclesiais Missionárias, propostas nas atuais Diretrizes. “Elas se constituem centro da atenção para a evangelização no atual contexto”, salienta dom Leomar.
Na segunda sessão, dom Leomar explica que se continuará o processo de escuta, propondo que os regionais da CNBB e os Organismos do Povo de Deus expressem-se sobre a recepção das atuais Diretrizes e ofereçam considerações sobre as futuras.
Já na terceira ocorrerá a apresentação da síntese da escuta dos grupos e se proporá, segundo dom Leomar, uma mensagem à Igreja no Brasil, para comunicar às comunidades eclesiais sobre os próximos passos em preparação às Diretrizes.
Além de dom Leomar fazem parte da Comissão do Tema Central o bispo de Cajazeiras (PB), dom Francisco de Sales Alencar Batista; o bispo de Cristalândia (TO), dom Wellington Queiroz Vieira; o Bispo de Tefé (AM), dom Altevir José da Silva; o padre Abimar Oliveira de Moraes, da PUC-Rio; o subsecretário ajunto de pastoral da CNBB, padre Marcus Barbosa Guimarães e o padre Tiago de Fraga Gomes, da PUC-RS.
Outras temáticas
Os outros temas que serão votados pelos bispos são as atualizações no Estatuto da CNBB, o Novo Missal, Ministério do Catequista e Estudo nº 114 cujo título é: “E a Palavra habitou entre nós” (Jo 1,14): Animação Bíblica da Pastoral a partir das comunidades eclesiais missionárias”.