Foto: Luiz Estumano. |
Vivemos na Arquidiocese de Belém um período muito significativo, tendo iniciado no dia 22 de fevereiro as comemorações do Ano Jubilar de 300 anos de criação da Diocese de Belém do Grão Pará. Vivemos profunda gratidão a Deus pela nossa história!
Memória! Criada a Diocese no dia 4 de março de 1719, este ato já era fruto da vida cristã que aqui aportou quando a cidade nasceu à sombra do Forte do Presépio. Nascemos batizados e recebemos a missão de fazer frutificar a graça recebida. A Igreja se organizou, sendo constituída a Catedral na já existente Igreja de Nossa Senhora da Graça. Recebemos a missão de anunciar o Evangelho, reunir o Povo de Deus para a Eucaristia, nos outros Sacramentos e na vida de oração, e coube-nos implantar a vida na caridade, nas comunidades e no serviço aos mais pobres. Durante estes trezentos anos, devemos bater no peito e reconhecer falhas e omissões, mas reconhecemos terem sido maiores os acertos, pelos quais agradecemos a Deus e os assumimos como responsabilidade para o futuro.
Identidade! Somos Igreja Católica Apostólica Romana, em plena comunhão com o sucessor de Pedro, ao qual declaramos nossa adesão filial e unidade. Somos Amazônia, com a responsabilidade de ter sido o ponto de referência, até o final do século XIX para todo o esforço missionário, com a implantação das estruturas eclesiais e a presença social da Igreja em nossa região. Somos hoje uma metrópole na Amazônia, com cinco municípios e noventa Paróquias, sacerdotes, comunidades religiosas femininas e masculinas, comunidades de vida e aliança, pastorais, movimentos eclesiais, obras sociais, escolas católicas, faculdade! E tudo isso com a grande e crescente participação dos fiéis leigos e leigas!
Missão! Diante de nossos olhos se abre o grande horizonte de uma grande Arquidiocese, quase chegando aos dois milhões e meio de habitantes. Nossos limites são os confins da terra, mesmo que estes estejam bem próximos de nós. Assumimos o compromisso da missão, tomando posse de nossa vocação missionária, como eixo principal de nossa vida de Igreja. Neste ano, realizaremos sete visitas pastorais missionárias, para dar continuidade ao impulso suscitado entre nós pelo Espírito Santo. E abrimos a preparação do primeiro Sínodo Arquidiocesano de Belém, convocado para o ano de 2020, em vista da concretização do Sínodo especial para a Amazônia, convocado pelo Papa para o mês de outubro de 2019.
A comemoração dos trezentos anos nos convida a renovar o nosso olhar sobre a pessoa de Jesus Cristo, o missionário por excelência, que recebeu do Pai a missão de salvar a Humanidade e a reconheceu dizendo: “O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção, para anunciar a Boa Notícia aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos presos e aos cegos a recuperação da vista; para libertar os oprimidos, e para proclamar um ano de graça do Senhor. ”Movido pelo Espírito Santo Jesus vai ao encontro dos mais pobres e oprimidos de seu tempo, e observa de perto os sofrimentos humanos. A todos, sem exceção, estende seu olhar, abre sua mão, acolhe com alegria e transforma vidas.
Todavia, Jesus de Nazaré não trabalhou sozinho! Os evangelistas narram o espírito de corresponsabilidade missionária de Jesus. São Mateus diz que “Jesus chamou seus discípulos e deu-lhes poder para expulsar os espíritos maus, e para curar qualquer tipo de doença e enfeão da fé cristã católica das novas gerações para que Jesus seja acolhido como o Senhor e Mestre, para que as pessoas, conhecendo a Verdade deem sentido a suas vidas e se comprometam a amar a Deus e o próximo! Assim viveu Jesus de Nazaré, o nosso Mestre e Senhor! Fora da prática da caridade não há salvação. Os que fizerem o bem nesta terra ressuscitarão para a vida eterna (cf. Jo 5,29).
Mas como aprenderão a amar a Deus e ao próximo se não forem evangelizados? (Cf. Rm 10,15-17). Eis a nossa responsabilidade. “Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho” (1Cor 9,16). Sem a Evangelização não conhecerão o caminho da salvação, perderão o sentido da vida. Precisamos encarar o desafio abraçado pelo profeta Isaías e dizer: “Eis-me aqui, Senhor, envia-me”.
Estamos vivendo em tempos de urgência de evangelização. Por todos os lados da nossa sociedade ouvimos gritos das vítimas dos mais variados sofrimentos humanos. Percebemos a desagregação da família, crianças que crescem sem acompanhamento, sem amor, educação religiosa e moral, adolescentes e jovens que padecem do vazio de sentido para a vida e por isso, estão envolvidos na drogadição, na violência e muitos deles acabam no suicídio. E a urgência da Evangelização nos leva também a contemplar o mundo da corrupção, da violência, do atentado contra a vida, e das muitas formas de injustiça.
Qual é o nosso compromisso? O que está acontecendo em nossas Comunidades e Paróquias, Pastorais, Grupos e Movimentos? Na sua Comunidade, na sua Paróquia? Temos um sério Plano Pastoral de Evangelização que dá prioridade à promoção da missionariedade, da espiritualidade da comunhão, ao exercício da caridade, à formação e à comunicação.
Nossa Arquidiocese tem muitos compromissos assumidos como resposta missionária. Estamos criando novas áreas missionárias espaços de mais intensa evangelização e acompanhamento pastoral. E novas Paróquias foram criadas! A Igreja Católica se faz presente em novos espaços: nos shoppings da região metropolitana, nas áreas de ocupação, nas feiras, nas escolas, nas universidades, nos presídios, nos condomínios.Estamos organizando os conselhos paroquiais e regionais do Setor Juventude, temos em andamento um Projeto Socioeducativo para a Evangelização da Juventude, foi implantado o Centro de Pastoral Juvenil Arquidiocesano e estamos promovendo os Oratórios como espaço de promoção do lazer educativo.
Dentre os diversos sujeitos eclesiais que muito contribuem com a Evangelização e animação pastoral, estão os religiosos e as religiosas das diversas congregações e as Novas Comunidades de Vida Consagrada. Tudo isso é levado “acima dos telhados”, com nossos Meios de Comunicação da Fundação Nazaré de Comunicação e nossa Assessoria de Comunicação!
A missão continua! Como disse a Pedro também Jesus hoje nos estimula dizendo: “avancem para águas mais profundas” (Lc 5,4).
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Conversa com meu povo: Uma Igreja missionária
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